2 Ficções, por Cia. Hiato

Há feituras domésticas, no campo da arte, o artesanato do teatro, escreve hipóteses de o que seria se? E sendo assim o que seria o teatro, quando este é? Na realização de um texto teatral o impulso criativo almeja algo, ele não é gratuito, ele esforça-se no raciocínio brilhante no entremeio do máximo próximo de um estado brilhante.

Ele diz concatenando os sentidos, da ordem do desejo, do que pretende envolver, da possibilidade, da tentativa. Nesta peça, esta vez, o diretor Leo, interrompe a continuidade da montagem e apresenta seu espectro, ator? Diretor? Criador? O espectro material insurgiu da prática, do fazer teatral, do artesanato com intenção. Há uma linha mestra na motivação do ator em cena, manipulado pelo diretor, este se manifesta e trata do super-objetivo  que é uma autoridade.

2 Ficções, visto pela primeira vez no Sesc Pompéia tinha o pré acontecimento e o acontecimento. Desta vez tem a voz do diretor, ele apresenta o interior do formato  da ficção, da obra feita, do espetáculo que conta uma história baseado em A Gaivota de Anton Tchekhov, e de Desejo & reparação, de Ian Maewam. Uma menina que quer contar uma história, porque busca dialogar seu ato de criação manipulando a realidade.

O fazer, aquela centelha, aquela fagulha que acende na relação, neste caso com as obras citadas, o diretor íntimo dos personagens e sua dramaturgia, dá a sua voz, o seus fantasmas de reparar a morte que chega concomitante ao processo da obra teatral. Está distraído? Com qual verdade, a vida ou a obra? O futuro é um devaneio ilustrado por Space Oddity, música de David Bowie, e o astronauta a espera de notícias no espaço, seria a projeção do nada.

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Nos terrenos da vontade incompleta,  somos espectadores dos personagens criados pelos próprios atores da Usp e o depoimento do diretor na mostra de novos pensar numa trilogia no Tusp.

A ação pensada, calculada, esmiuçada se nutre de fontes da dramaturgia  e desdobra-se na atualidade de um passado arrependido, mas grandioso. Pisa no futuro prometido àquela montagem de outrora engessada de repetição do mesmo, apresentada em temporada no Sesc Pompéia

Esta nova versão de 2 Ficções, é o diretor que quer ocupar os espaços não mencionados, as faltas de existência,  um passado irreparável com traumas descortinados, entre a gana de um filho que em sua grandeza de espírito e vaidade quer a imortalidade na passagem e a ignorância de constatar os presentes insignificantes do dia, como a morte, sem importância como  um frasco de álcool que se quebra e desfaz como vapor.

Uma olimpíada de lutas de heróis que batalha a superação da vida que criou,  seu pai, a inversão da natureza, o artifício do trabalho do artista.

Nesta peça, uma piscina de cotonetes cercada de tijolos tem luz que reflete um branco que faz o ambiente ficar pacífico.

Ficha Técnica

2 Ficções – uma criação da Cia. Hiato. Direção e dramaturgia geral Leonardo Moreira – Com fragmentos de A Gaivota, de A. Tchekhov e Reparação, de I. McEwan; Atores criadores: Aline Filócomo, Fernanda Stefanski, Mariah Amélia Farah, Thiago Amoral e Paula Picarelli Direção de produção & Assistente de direção: Aura Cunha; Cenografia, espaço cênico e desenho de luz: Marisa Bentivegna; Música original: Marcelo Pellegrini; Figurinos: João Pimenta; Colaboração criativa: Miriam Rinaldi; Assistente de produção: Yumi Ogino; Assistente de cenografia & contrarregra: Cezar Renzi; Fotos e vídeos (divulgação): Otávio Dantas; Produção musical: Studio Surdina; Produção: Elephante Produções Artísticas; CoProdução: KunstenFestivaldesArts.

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