O que estamos fazendo? A partir de questionamentos como este e de ideias propostas pela filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), a Cia Fragmento de Dança criou o espetáculo Amor Mundi, que tem sua temporada de estreia de 21 a 30 de junho, no Kasulo Espaço de Arte. As apresentações são gratuitas e acontecem às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h.
A direção e a coreografia são de Vanessa Macedo, que também está no elenco ao lado de Diego Hazan, Gabriela Ramos, Maitê Molnar, Peter Levi e Prudy Oliveira.
Segundo a diretora, o processo de criação de Amor Mundi começou em 2018, quando o grupo criou os primeiros projetos, as primeiras escritas, leituras e pensamentos. “Depois tivemos uma interrupção na pandemia, quando tínhamos uma previsão de estreia. Fizemos, então, um formato audiovisual do espetáculo, com pouquíssimas apresentações ao vivo, ainda num período de retorno. Então, considero que este momento é, de fato, de estreia”, revela Macedo.
“Inspiramo-nos na filósofa Hannah Arendt, que lança a pergunta: o que estamos fazendo? E isso fez com que nos questionássemos sobre o nosso sentimento de responsabilidade e de pertencimento com o mundo, no mundo e com as pessoas. Começamos a estudar proposições que fizeram com que nós nos percebêssemos em uma relação de codependência frente o mundo”, explica.
“O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de pensar o que estamos fazendo” – Hannah Arendt
Se, hoje, fôssemos responder a Hannah Arendt, autora dessa frase, diríamos que não, não nos parece nada simples! Pensar sobre “o que estamos fazendo” continua sendo uma pulsão para existir. Arendt, na metade do século XX, nos dizia para não duvidarmos da nossa capacidade de destruir toda vida orgânica na Terra. O homem chegava à lua e essa descoberta não era somente sobre a capacidade humana de realizar tal feito, mas também sobre a possibilidade de não permanecermos mais neste nosso planeta.
Amor Mundi questiona a nossa relação de cuidado e responsabilidade com o mundo. É sobre a AÇÃO que se faz em grupo. Sobre risco, imprevisibilidade, codependência, iminência de colisão. Um desejo de insurgir, romper e deixar nascer o que não se sabe.
Além da cientista política Hannah Arendt, a obra do artista turco Ugur Gallen foi um convite imagético e real para que o grupo refletisse sobre contrastes, desigualdades e contradições presentes na história da humanidade.
“O trabalho surge dessas questões e se coloca muito atual diante das milhares de crises ecológicas e políticas que acontecem no planeta. Trata-se de uma convocação, um chamado para que comecemos a nos perguntar o que e como estamos fazendo. Estamos ou não nos sentindo responsáveis por tudo? Nos alimentamos de três palavras: tensão, risco e codependência. Elas aparecem o tempo inteiro no trabalho, na nossa relação com os objetos, na nossa relação com os corpos, na nossa relação no espaço. A proposta é criar momentos de colisão, de ruptura, para que seja possível surgir um novo”, reflete a diretora.
Ficha Técnica
Coreografia e direção: Vanessa Macedo
Assistência de coreografia: Maitê Molnar
Elenco/ Intérpretes: Diego Hazan, Gabriela Ramos, Maitê Molnar, Peter Levi, Prudy Oliveira e Vanessa Macedo.
Estágio: Leticia Almeida
Iluminação: André Prado
Concepção de vídeo projeção: Bianca Turner
Composição, síntese sonora, gravação e mixagem: Ricardo Pesce
Participação especial Didgeridoo: Paulo Jesus
Figurino: Daíse Neves
Assistente de figurino: Pablo Azevedo
Consultoria para cenário: Rogério Marcondes
Desginer: Leticia Mantovani
Produção: Luciana Venancio (Movicena Produções)
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Esta ação faz parte do projeto “Para Mover o Invisível”, contemplado na 35° Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo
Sinopse
“O que proponho, portanto, é muito simples: trata-se apenas de pensar o que estamos fazendo”, questiona Hannah Arendt. Se, hoje, fôssemos responder a Hannah Arendt, autora dessa frase, diríamos que não, não nos parece nada simples! Pensar sobre “o que estamos fazendo” continua sendo uma pulsão para existir. Arendt, na metade do século XX, nos dizia para não duvidarmos da nossa capacidade de destruir toda vida orgânica na Terra. O homem chegava à lua e essa descoberta não era somente sobre a capacidade humana de realizar tal feito, mas também sobre a possibilidade de não permanecermos mais neste nosso planeta. Amor Mundi questiona a nossa relação de cuidado e responsabilidade com o mundo.
Serviço:
Amor Mundi, da Cia. Fragmento de Dança
Temporada: 21 a 30 de junho
Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: Grátis. Devem ser retirados pelo site Sympla
Reservas: https://www.ciafragmentodedanca.com.br/amor-mundi
Kasulo Espaço de Arte – Rua Sousa Lima, 300, Barra Funda
Duração: 50 minutos
Classificação: 12 anos
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