Teatro

As Brasas

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O clássico da literatura do século XX, As Brasas de Sándor Marai, da Hungria para o Sesc Santana,  o gérmen da teatralidade.
Herson Capri está no papel de Hendrik, personagem que domina o monólogo no livro por páginas consecutivas dada sua posição de nobreza em relação ao plebeu, Genésio de Barros no papel de Conrad.
O castelo adaptado no palco é trazido pela fala distinta e provocação textual descritiva de ação, cenário, situação, condição e expectativa para a imaginação do público na fala e brilho nos olhos de Herson Capri, Hendrik.
Este homem entre seus aposentos e mobília afetiva recebe após 41 anos a carta de um amigo de infância, Konrad.
Hoje na espera erma, despovoada e só o encontro de uma pilha de vetustez; a marca do desfecho de seu destino.
O encontro segue a formalidade em acontecimento por conta do afastamento.
Konrad está convencido de sua aparência melhor conservada em relação ao estado de Hendrik, sem poupar franqueza.
Inicia a proximidade de um diálogo que Hendrik é mais pouco expansivo, grave, sério e arrefecido enquanto Konrad veio dos trópicos e é tórrido. O diálogo masculino entre o militar que anuncia o artista-desertor pela referencia à violoncelista Nana Cordeiro da Cunha. A música para um é acompanhamento de fundo que edifica comportamento, para o outro a música é envolvimento ardente, excessivo e quente.
O anfitrião no seu retiro, refúgio e recolhimento em nome da honra de seu pai no castelo, tem arraigado à sua história; termos, pontos, matéria ou assuntos, causa ou fatos que quer desenlaçar em memória de uma possível traição de sua esposa falecida Krisztina.
Deste ponto adiante implementa-se a dúvida, conjunto que rege a peça na instauração do passado para proceder o presente suscetível.
Desta amizade ambos tiveram uma linha divisória no tempo, resultou em exame, inquirição e interrogatório da parte de Hendrik se houve traição de Konrad.
No gesto inquiridor, Konrad revelou sua condição humilde, falou da perdas de posses familiares, vergonha de ser modesto e escamoteou sua condição no primeiro convite ao castelo.
Hendrik empenha-se no significado da amizade, trocas, companhia, interesse quando necessário,  intimidade e adiciona o elemento de erotismo para seguir na sua investigação.
O cenário comporta a falecida Krisztina, nas falas do anfitrião, entretanto a investigação nutre Konrad de visagem afim de Hendrik atualizar a aparição do passado e descobrir o adultério.
O flashback de caçada no intuito de violência entre os amigos, implementa animais ferozes alavancando partes abstratas do cenário. O discurso dos pontos de vista dos personagens: um culturalmente acredita que a violência possa ser derramar sangue em nome da virtude, qualidade, poder e orgulho como natural e o outro vê a finalidade de posse, propriedade, porte legal, pertencimento como domínio.
A presença de Krisztina está na dúvida cita sua despretensão social, de estatuto privilegiado e de benefício em nome da liberdade.
Guarda as confissões como absolvição de penitência. Num esforço de revisar e reparar os rastros de perda tudo é brasa acerca Konrad e Krisztina.

Ficha técnica

Direção: Pedro Brício.
Diretor assistente: Michel Blois.
Dramaturgia: Duca Rachid e Julio Fischer.
Colaboração de dramaturgia: Pedro Brício.
Idealização: Duca Rachid e Felipe Lima.
Elenco: Herson Capri, Genézio de Barros e Nana Carneiro da Cunha (violoncelista).
Cenografia: Bia Junqueira.
Iluminação: Renato Machado.
Figurino: Marina Franco.
Direção musical e música original: Marcelo Alonso Neves.
Instrutor de esgrima: Gaspar Filho.
Projeto gráfico: Gabi Rocha.
Assessoria de imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha.
Fotos: Leo Aversa.
Direção de produção: Amanda Menezes.
Coordenação geral: Maria Angela Menezes.
Produção executiva: Carla Mullulo
Produção: Tema Eventos Culturais.
Realização: Sevenx Produções Artísticas.
Duração: 70 minutos.

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