Numa declaração que não espanta ninguém, Ted Sarandos, chefe de programação da Netflix, afirmou recentemente que lançar filmes nos cinemas tradicionais é “ineficiente”. A declaração foi feita durante uma palestra na convenção da Royal Television Society, no Reino Unido, e reflete a postura da gigante do streaming em relação à distribuição de suas produções.
Sarandos argumenta que a distribuição tradicional de filmes nos cinemas não é a melhor estratégia para a Netflix, especialmente para suas produções mais caras. Segundo ele, o alcance global da plataforma permite que a empresa invista grandes somas em filmes e os disponibilize diretamente no catálogo de streaming, sem a necessidade de passar pelos cinemas para recuperar parte do investimento. “Acho que a distribuição tradicional é bem ineficiente, como forma de lançar certos filmes”, comentou Sarandos.
Um dos pontos mais polêmicos levantados por Sarandos é a questão da “janela de lançamento” – o período entre a estreia de um filme nos cinemas e sua disponibilização em plataformas de streaming. Enquanto muitos na indústria do entretenimento debatem sobre o aumento ou a redução dessa janela, Sarandos minimiza sua importância, afirmando que o público não se importa com isso. “As pessoas não se importam com isso, nem um pouco. Ninguém está discutindo sobre janelas de lançamento na mesa do jantar”, desdenhou o executivo.
A declaração de Ted Sarandos não surpreende ninguém. É quase que a mesma coisa que um executivo da indústria de refrigentes críticas sucos de fruto, visto que a Netflix sem dúvidas gostaria de não ter concorrência. Mas vale lembrar que o cinema é mais que dinheiro, trata-se de uma arte que há mais de um século encanta e faz sonhas milhões de pessoas por todo mundo. A questão que permanece é: até que ponto essa abordagem “ineficiente” da Netflix influenciará o futuro do cinema?
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