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As melhores séries de 2024

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FEUD: CAPOTE VS. THE SWANS
(Disney Plus)
Porque essa antologia FEUD é hoje a narrativa seriada mais bem feita sobre os bastidores da Era de Ouro de Hollywood, num recorte muito sarcástico e iconoclasta de Ryan Murphy (o que fora dessa antologia, nem teve tanto êxito artístico como em “Hollywood”). O elenco, como um todo, merecia um prêmio a parte.

HACKS – 3° temporada
(MAX)
Porque pela primeira vez, nessa temporada, a série mereceu todo o hype e superlativo que vinha recebendo até então. Após duas temporadas, o roteiro está tão alinhado quanto suas protagonistas, rendendo cenas antológicas e um final de temporada excelente.

SR. E SRA. SMITH
(Amazon Prime)
Porque só por transformar um filme tão genérico numa série de dramaturgia e personagens tão substanciais, já merecia todos os loiros. Há uma urgência no nonsense das situações que vai crescendo de forma incômoda e transborda até para papéis secundários como o de Wagner Moura, que merecia uma série própria.

TRUE DETECTIVE: TERRA NOTURNA
(MAX)
Porque apesar de muita gente ter se decepcionado, a roteirista e diretora Issa López tinha tanta certeza da trama, e principalmente do discurso, que o resultado é um thriller muito bem construído, desenvolvido numa pauta muito certeira e com Jodie Foster nos lembrando o Star Quality que tem.

MAGNATAS DO CRIME
(Netflix)
Porque, se no últimos anos o cinema de Guy Ritchie parece ter virado um pastiche de si mesmo, na TV (streaming) um de seus clássicos encontrou muita criatividade e, melhor, espiritualidade para dar conta de uma história deliciosamente engenhosa e bem amarrada.

CEM ANOS DE SOLIDÃO – parte 1
(Netflix)
Porque adaptar uma obra literária tão complexa e adorada não é tarefa fácil, mas o fato de ser uma produção colombiana já agrega aqui uma propriedade sobre o texto que faz muita diferença, a ponto de pensarmos o quanto a obra de Gabriel Garcia Márquez é feita para o audiovisual. Sobretudo para uma série com investimento de uma major como a Netflix. Deu tudo certo por aqui.

VOLTA PRISCILA
(Disney Plus)
Porque a série documental sobre esse caso vai fundo nas lacunas que ainda persistem sobre o caso, mas com uma inteligência narrativa preponderante para a montanha russa emocional que o espectador é submetido ao percorrer por caminhos cíveis, psíquicos e até emocionais para se chegar a uma resposta. A direção é muito esperta nessa manipulação e o final deixa um ar de melancolia muito mais efetivo que qualquer resposta.

ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
(Apple +)
Porque mesmo não tendo necessariamente nada de novo na narrativa e no manejo do gênero, há uma construção dramática muito bem calculada. Para os “especialistas” em histórias de “quem matou?”, a grande diversão aqui é perceber a consistência nos esquematismos estruturais do roteiro. Eles sabem fazer, e nos enganam com maestria.

CIDADE DE DEUS
(MAX)
Porque venceu a desconfiança de adaptar uma clássico incontestável do cinema nacional, e verteu em uma série com ecos Shakespeariano para compreender a tragédia no microcosmo de uma comunidade carioca. Ainda que tenha tráfego no limite da linha tênue de uma certa ingenuidade no trato de seus personagens, sua pungência falou mais alto na maioria das vezes.

DISCLAIMER
(Apple +)
Porque o diretor Alfonso Cuarón não é nada inocente e sabia das discussões e do vespeiro que sua minissérie iria causar, e a narrativa se valer dessas controvérsias e discussões ja dizem muito sobre seu êxito. A base literária da história estabeleceu e, por vezes, até redimiu muito do que ela virou como série e Cate Blanchett e Kevin Kline devoraram todas as suas cenas.

A AMIGA GENIAL
(MAX)
Porque encerrou a atmosfera da tetratologia literária de Elena Ferrante com dignidade e fazendo o que parecia ser impossível: dar forma visual a relação entre Lila e Lenu. Foi uma jornada emocionalmente árdua, mas feita por e para adultos, assim como o livro da qual foi adaptado.

OS 4 DA CANDELÁRIA
(Netflix)
Porque a abordagem do episódio traumático para a sociedade brasileira ganhou uma visão que se equilibra muito sutilmente entre o emocionalmente etéreo e o realismo social, com uma direção de elenco excepcional (que elenco protagonista bem escalado!) e uma mensagem final inevitavelmente amarga.

RIPLEY
(Netflix)
Porque pode ser colocada num TOP 5 de melhores obras da Netflix de todos os tempos. Porque Steven Zaillian faz um trabalho de direção artesanal. Porque Andrew Scott nasceu para imprimir dimensão humana nos arquétipos literários por trás da construção de seu protagonista. Porque o roteiro não tem pressa para dar conta desse personagem. Porque é a melhor fotografia do ano em série de TV. Porque não teve não parecido no gênero nesse ano.

INDUSTRY – 3° temporada
(MAX)
Porque a série cresceu tanto e com tamanha dimensão dramática para com seus personagens, que mesmo ainda sendo um desafio driblar os “economês” que costuram toda sua trama, “Industry” virou para 2024 o que “Succession” foi para 2023: uma série forjada a roteiros brilhantes, com episódios considerados uma obra-prima (sobretudo o quarto) e a perspectiva mais degradante daquela fauna retratada.

DESEJOS S.A.
(Disney Plus)
MELHOR SÉRIE NACIONAL DE 2024!!!
Porque mesmo sendo uma adaptação de texto argentino, essa pequena produção da Disney entregou o melhor conjunto de roteiro, direção, fotografia e interpretação numa produção nacional, principalmente num ano fraco onde continuações muito esperadas decepcionaram e propostas originais quase inexistiram.

BEBÊ RENA
(Netflix)
MELHOR SÉRIE DE 2024!!!
Porque esse é um trabalho de dolorosa expurgação pessoal de Richard Gadd que só vamos compreender depois de mergulhar em seus traumas e obsessões, algo que já vimos de maneira genial em “I May Destroy You” e que aqui é construído pela perspectiva masculina, mas muito mais humano no tocante a vulnerabilidade de um trauma ou como isso forja a vida (e pelo jeito a obra) de um indivíduo. Atuações precisas dele e de Jessica Gunning, texto complexo dentro de sua pessoalidade e uma direção que não desperdiça nenhuma camada que sua narrativa possa compreender e relativizar. Série do ano!

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