[o artigo abaixo contém spoilers]
Sinopse: Echo é escolhida como a parceira de um ricaço aventureiro e, durante esta aventura, ela rapidamente aprende que o caçador pode se tornar a presa. O agente Ballard recebe uma pista sobre a identidade de Echo, o que o reanima a continuar sua investigação, enquanto os eventos que levar Boyd à Dollhouse e as cicatrizes da Dra. Saunders são revelados.
Neste segundo episódio de Dollhouse (The Target – O Alvo), descobrimos que, de fato, os Ativos da Casa de Bonecas podem ser usados para outros fins que não sejam trabalhos sujos, policiais e relacionados, mas também servem como parceiros para desconsolados cheios da grana. Como conhecemos no Brasil, “acompanhantes” =D
Echo é designada a passar um dia com um ricaço aventureiro e recebe instruções memoriais para se divertir ao máximo com ele. O agente Boyd é escalado para ficar de olho e saber o que se passa com ela. Pouco demora para que o ricaço, após aproveitar-se o máximo de seu momento com a garota, decida ensiná-la uma lição que aprendeu com seu pai: a de que tudo deve ser feito por sua própria conta, seu esforço e seu risco, para que valha a pena – o que é simbolizado por um gesto, que se limita e bater com a mão direita em seu ombro esquerdo, como uma saudação.
Não tarda para essa lição virar o plot desse episódio: o rapaz decide caçá-la na floresta com um arco-e-flechas: ela deve se fazer por merecer ficar viva. Em outro ponto da narrativa, o agente Ballard, que está tentando provar legalmente a existência da Casa de Bonecas, consegue alguma evidência do ocorrido no episódio anterior, em que Echo salvou a garota do rapto e ainda conseguiu o dinheiro de seu pai de volta. Além disso, misteriosamente, ele recebe uma foto de Echo com seu nome real escrito no verso: Caroline. Quem passou essa informação a ele aparenta ser um mistério, mas até o final do episódio, fica uma dica no ar.
Se de um lado há o plot um tanto desinteressante de Echo sendo caçada por um conquistador psicopata (que lembra muitos vilões “farofas” de Smallville), do outro temos uma série de flashbacks em momentos diversos de uma cronologia passada ainda a ser explorada melhor pela série, mas que já foram suficientes para ganhar a atenção completa do telespectador. Os flashbacks mostram o quanto Alpha, o progenitor da Dollhouse, foi um projeto falho e agora age por conta própria com toda a frieza de um assassino em massa. Tempos atrás ele matou todos os ativos da Casa, deixando apenas Echo viva, alegando que ela fosse especial, e desapareceu. Dollhouse certamente não é um projeto perfeito, afinal, o homem agora age por sua própria personalidade e desejos. E continuando deste ponto de vista, a metalinguagem também acaba sendo explorada com a protagonista que, enquanto foge de seu caçador, vê a si mesma como Caroline, sua verdadeira persona, por alguns segundos. Ela acredita estar tendo ilusões, mas fica claro que algo ainda está muito errado no processo dos Ativos da Casa de Bonecas.
O que torna todo o mistério e ação interessantes neste episódio certamente conecta-se à pista recebida por Ballard, o atentado que Dollhouse sofreu meses atrás e quem pegou as lembranças de Caroline em sua casa real no episódio anterior: Alpha. Apesar de não confirmado, fica claro que o ricaço foi um contratado, assim que a organização da Casa descobre que sua identidade e seu passado eram falsos. Ele fora contratado por alguém para tentar matá-la. Todas estas pistas, ate então, levam ao gênese dos Ativos.
Há muita coisa a mais a ser dita aqui sobre este episódio partindo para o lado crítico de sua produção. Certamente este episódio foi bem melhor que o introdutório, ainda faltando algumas arestas a se acertarem. A narrativa melhorou, ganhando mais ritmo e melhores atuações por parte de alguns atores. Por outro lado há pessoas que simplesmente não convencem, como é o caso do personagem Topher Brink, o nerd cientista da Casa. Gente como Chloe O’Brien e Marshall Flinkman seriam muito mais convincentes e atrativos como personagens. Ainda existe um pouco o aspecto da frieza, mas parece ser algo que está pra ser resolvido em pouco tempo.
Obviamente, muitos subplots foram iniciados em apenas dois episódios da série e é muito importante que Whedon e sua equipe saibam como mantê-los frescos e interessantes, não tardando demais a responder certas perguntas que a história gerou até aqui. Respeitando estes termos, é possível que estejamos assistindo a uma das melhores séries ficção/ação da atualidade.
Eu fiquei bolado no final com o cara debochando a “débil” Echo. Aquele cara tem alguma coisa a ver com o Alpha.
Eu gostei mais do que o primeiro, porém concordo que aquela coisa do cara rico querer caçar ela foi muito ruim. Se não fosse a trama alternativa do passado dos personagens iria começar a sentir medo pela série. Continuo aguardando…