Literatura

Lovecraft e Where The Wild Things Are em um mesmo livro infantil

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Crianças não costumam ter senso critico, e parece que muitos escritores infantis sabem e se aproveitam disso, pegando qualquer historinha de meia tigela (algumas com conceitos que não deveriam estar lá), colocam umas imagens coloridas e grandes e vendem para o público infantil. Mas esse mundo literário ainda tem salvação, não apenas com nomes como Neil Gaiman ou Terry Pratchett se dedicando a ele, mas também com a presença de idéias um tanto estranhas, mas muito divertidas (tanto para as crianças quanto para os pais).

E posso dizer que nos últimos tempos um título me cativou particularmente: Where The Deep Ones Are (Onde Vivem Os Antigos).

Sim, as referências são bastante óbvias, a história faz o cruzamento entre a mitologia do conto de H. P. Lovecraft e do filme Where The Wild Things Are (Onde Vivem Os Monstros).

O livro de Kenneth Hite, ilustrado por Andy Hopp, conta uma história similar à do filme, porém ao invés de haver um Max que se aventura com uma fantasia de lobo, temos o Bobby (ou, para os pais, Robert Olmstead, o narrador o conto A Shadow over Innsmouth, ou, em outras palavras, aquele que tem o Cthulhu) vestindo uma fantasia de sapo (pessoalmente eu vejo uns tentáculos nesse sapo), passeando pela cidade de Innsmouth a busca de peixes.

Por mais que estas referências sejam divertidíssimas para aqueles que conhecem o mundo lovecraftiano, existem críticas bastante consistentes sobre este mesmo aspecto. Ao procurar sobre resenhas deste livro, percebi que algumas pessoas afirmam que o livro peca por deixar algumas pontas em abertos, pontas essas que apenas são compreendidas por aqueles que já possuem um conhecimento prévio do conto.

De qualquer forma, a história do livro, suas referências e seus desenhos fazem um conjunto perfeito e divertido tanto para crianças (que, como disse, não são críticos literários para reclamar de referências mal explicadas) quanto para os adultos. Afinal, não é sempre que se pode ver os Deep Ones estilo crayon, completamente coloridos e infantis, ou uma Innsmouth que consegue manter seu tom “fishy” (apeixazado?) mas ganhar uma cara extremamente fofa. Vale a pena os 20 dólares gastos.

Para mais imagens, entrem no site do ilustrador Andy Hopp.

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