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Sem dúvidas a melhor criação da Marvel nos últimos anos era o universo Ultimate (e digo era por que ele foi bem destruído pelo genocida Jeph Loeb), onde todos os seus principais personagens ganhavam origens e histórias mais modernas e adultas (quer dizer, isso mais no caso dos Ultimates em si). A brincadeira começou com Homem-Aranha e X-men, mas logo todos os personagens relevantes da Marvel ganharam uma versão Ultimate, que constituíram uma base sólida para vários dos filmes recentes de super herói.
O Homem de Ferro Ultimate viria a surgir logo nos primeiros meses deste universo, em Ultimate Marvel Team-Up #4, onde ele ajudava seu admirador, Peter Paker a deter alguns vilões em uma exposição da Stark. Apesar de ter um bom escritor, no caso Brian Michael Bendis, esta HQ era bastante fraca e leve, e o evento por ela retratado acabou não fazendo parte do cânone daquele universo, não se assemelhando em quase nada ao personagem criado por Mark Millar.
Os Supremos
Mark Millar, originalmente advindo de uma excelente fase em Ultimate X-Men, se juntou com o desenhista Bryan Hitch para conceber em minha opinião, o melhor quadrinho de equipe de super herói já escrito, The Ultimates (aqui Os Supremos). A HQ trazia o grande super-grupo da Marvel, no caso, os Vingadores para seu novo Universo.
Antonio Stark (sim nada de Anthony no universo ultimate) é um gênio milionário, completamente alcoólatra e bon vivant que decide se juntar aos Ultimates de Nick Fury para deixar algum legado positivo em sua vida. Veja bem, ele possui um tumor incurável dentro de seu cérebro e os médicos lhe dizem que ele tem de seis meses à cinco anos de vida, e este é o ponto de guinada para o herói. É claro que ele pretende fazer todas essas coisas sérias como salvar o planeta ainda se divertindo, com as melhores mulheres e as melhores bebidas do mundo. Seu Homem de Ferro é bem mais robótico e realista do que aquele do Universo 616, e bem mais frágil em muitos sentidos, incluindo o energético. Uma característica particularmente interessante é o fato de que Antonio só tem coragem de entrar no traje quando está alcoolizado.
Ele também cumpre a função de elo dentro do grupo, a maioria dos membros dos supremos não se agüentam, seja o Capitão e o Thor, ou o Hank Pym, e Tony age como uma cola para eles, já que ele parece ser o único amigo comum de todos os membros do grupo. Fora isso, quando ao término do volume 2, os Supremos deixam de ser oficiais americanos, é Tony quem passa a bancar o grupo e abrigar os demais super-heróis em sua mansão.
Ao mesmo tempo, nos dois volumes dos Ultimates, é perceptível o quanto Tony é inseguro, melancólico, carente e etc… O personagem é apresentado também pelo seu lado ruim, vomita no capacete, desiste, enfim, é constantemente humanizado diante dos leitores.
As Origens
Com o sucesso dos Ultimates de Mark Millar a Marvel contrata o famoso escritor de ficção científica, Orson Scott Card, para escrever duas miniséries narrando as origens do heróis. Batizada de Ultimate Iron Man (vol.1 e vol.2), as séries acabam por aproximar o personagem com algo que eu citei no artigo anterior, o trans-humanismo. Filho de Howard Stark com a cientista italiana Maria Cerrera (e por isso ele se chama Antonio, parte de sua herança italiana). Sua mãe foi infectada por um poderoso vírus sintético que no fim acabou a matando, mas em boa parte modificando a estrutura celular de Tony. Seus tecidos corporais eram cobertos por células que na verdade se comportavam como células neurais, fazendo com que seu corpo inteiro fizesse parte de seu cérebro. Ao mesmo tempo esta má formação o impedia de viver bem, já que o constante estímulo dessas células neurais a flor da pele o causavam uma dor excruciante.
Para salvar a vida do filho, Howard Stark aplica uma poderosa bactéria coagulante sob todo o seu corpo, o que lhe dá alguma capacidade de proteção, mas é incapaz de erradicar a dor e que podia ser facilmente removida. É ainda pequeno que Antonio começa a desenvolver uma armadura que possibilite que ele tenha uma vida normal. O primeiro volume de Ultimate Iron Man termina não só com um protótipo do Homem de Ferro pronto, mas também dando um pouco mais de profundidade a relação de Tony com Jim Rhodes e Obadiah Stane. É aqui que descobrimos também o controle que o jovem tem de uma frota de nanorobôs que habitam seu corpo construídos por ele e seu pai.
O segundo volume se foca menos na origem de Tony e mais em uma problemática situação em sua adolescência onde tanto o governo estadunidense quanto terroristas tentavam se apossar de sua tecnologia. Nessa segunda mini-série é que vemos pela primeira vez Rhodes usando seu Máquina de Combate.
A era das trevas… quer dizer Loeb
E então veio Jeph Loeb e assumiu o comando dos Ultimates, descaracterizando a todos e destruindo a equipe no seu primeiro volume comandando a série. Eu não entendo como isso vendeu mais de três números, o roteiro era ruim de dar dó e a crítica caiu em cima. Felizmente os futuros volumes nas mãos deste assassino foram cancelados e em tese ele iria parar de escrever Ultimates (ledo engano nosso, já que ele acaba de voltar). O problema é que tinham planos maiores para Loeb, por que somente destruir os Supremos não era suficiente. Por alguma desrazão deram a Jeph Loeb as rédeas do Universo Ultimate e ele trouxe a saga chamada Ultimatum, onde basicamente morreu quase todo mundo, e um detalhe relevante, A armadura de Tony, controlada pelo Magneto acabou matando o Wolverine, o que trouxe um trauma muito grande para o personagem.
Enquanto Loeb se divertia arruinando os sonhos das pessoas, Warren Ellis foi convocado para mais uma vez fazer bonito com o Homem de Ferro, na mini-série Ultimate Human. A saga é excelente e colocava o Homem de Ferro e o Hulk contra o Líder, que buscava o material genético dos dois. Em seguida, Ellis escreveu a minisérie Armor Wars, recriando uma das sagas mais clássicas do vingador dourado para sua versão Ultimate. Vale citar, o autor também é responsável pela brilhante trilogia de Galactus neste universo, que em minha opinião cria um Surfista Prateado que é absolutamente genial, um verdadeiro Arauto para o Destruidor de Mundos.
Uma luz no fim do túnel?
Depois do Ultimatum foi divulgado que Mark Millar voltaria a escrever seus Ultimates, agora em uma série denominada Ultimate Avengers. Os Supremos iriam supostamente ser ajeitados de novo, ainda que Millar infelizmente não decidiu continuar de onde ele parou tornando tudo o que o Loeb fez cânone.
Quando a nova série de Millar saiu, nenhum sinal de Tony. Basicamente esqueça boa parte do que você leu estes heróis não são a continuação dos Supremos, este é um grupo Black Ops fundado por Nick Fury para cumprir suas missões sórdidas. Importante mencionar que o grande patrocinador e Mastermind que ajuda a nova equipe é Gregory Stark, irmão mais velho de Tony (que nunca tinha aparecido na cronologia e nem era remotamente citado nas origens do herói) e também um gênio. Gregory é uma versão sinistra e manipuladora do Bom Vivant que é Antonio, mas por mais que ele seja um personagem interessante é um pouco difícil de engoli-lo. Para completar o time de Fury, temos a volta do melhor amigo de Tony, Jim “War Machine” Rhodes, que aparentemente usa uma armadura imensa inventada por Gregory Stark.
No fim, por mais legal que fosse, não era realmente os Supremos ali, até por que faltavam muitas peças importantes como Tony e Thor. Infelizmente, os Ultimates originais estavam guardados para uma nova série, mais uma vez escrita por Loeb, para cimentar de vez a equipe. A série se encontra em sua segunda edição agora, e qualquer coisa que fazia do Ultimate Iron Man único, foi esquecido na sala de edição, até mesmo a armadura que ele usa é praticamente idêntica a aquela do universo regular só que prateada.
O futuro de Antonio Stark não poderia ser mais incerto, como a última mini do Warren Ellis, Ultimate Armor Wars, acabou de acabar é possível e muito desejável que ele continue escrevendo as histórias solo do personagem, mas sei que pelo menos pelos próximos meses, a atuação dele pelos Supremos deverá ser ignorada.
Hahaha apesar do artigo ser muito bom, é engraçado como o final é desanimador. Como você bem sabe Felipe eu nunca fui fã do universo ultimate, assim espero que esqueçam logo isso e voltem a utilizar os melhores roteiristas no universo principal. Mas bacana o artigo 😀
Também não sou fã do Ultiverso. Para mim, iniciativas como esta estão fadadas a serem de curta duração, justamente porque seus conceitos-base (atualização de ícones consagrados, perspectiva de herois como "agentes cínicos de mundança de um mundo igualmente cínico", estilo Authority) são muito frágeis. E transformar Thor num norueguês hippie tirador de onda, que, em certos aspectos, lembra o Apolo (o "super-homem homo") foi uma afronta pessoal aos fãs.
Nosa Alvaro que curioso, eu sou um grande fã do Thor da Marvel e gosto bastante da versão criada nos Supremos, acho que ficou bastante original e é uma abordagem bem possível para u deslocado deus nórdico no mundo de hoje.
Talvez eu esteja bastante velho para molecagens, e, até onde li dos Supremos (as 10 primeiras edições), o Thor me pareceu uma grande molecagem do Millar (e o design, convenhamos, é ferrado: que Mjolnir é aquele? Uma mistura de machado com lantena? Pô, o que há de mal no design Kirby?).
Alvaro a questão do Ultiverso não e de "conceito-base ser fragil" mas sim da Marvel não ter se permanecido com conceito-base.Nos ja haviamos visto algo parecido com o universo 2099,que a Marvel a fim de faturar mais em cima resolveu fazer versões de tudo que era personagem do universo tradicional e tramas cada vez mais absurdas sem nada a ver com o conceito original,e com o Ultiverso esta sendo a mesma coisa,culminando coma entrega nas mãos do mequetrefe do Loeb.
Com certeza,se o selo Vertigo fosse da Marvel nos veriamos versões sujas e cinicas de todos os herois interagindo com Sandman e Constantine.
Po, que isso o Thor do Universo Ultimate é fantástico! E se você leu até a 10 edição, termine de ler a fase do Millar que você não irá se arrepender, o segundo volume é basicamente sobre o Thor e ele tem uma participação incrível…
Então você prefere o Thor barbaro, adorado por vikings assassinos e estupradores e não uma versão com bom coração? Eu hein, eu que devo ter problemas…
Millar tbm fez com que as duas miniseries da origem do heroi nao fosse canone, ele fez com que elas tenham sido tipo um desenho animado q passou nas tvs do universo ultimate kkkkkk