Festival do Rio: “Waiting For B.” é um inusitado tratado antropológico

Festival do Rio: "Waiting For B." é um inusitado tratado antropológico – Ambrosia

“Waiting For B.” é um achado na seleção do Festival do Rio 2016. Sim, o sentido do título é mesmo o de “esperando por Beyoncé“, mas o grande lance desse primeiro filme dos diretores Paulo Cesar Toledo e Abigail Spindel é o fato de não ser exatamente sobre a popstar norte-americana – ela nem aparece, a não ser por vídeos de celular, mas sim sobre seus fãs ardorosos e, geralmente, de baixa renda, que, sem condições de pagar pelos ingressos mais caros, acamparam por dois meses nas cercanias do Estádio paulista do Morumbi, para garantir seus lugares na primeira fila.

Nessa espécie de acampamento acabou surgindo um microcosmo social interessante, onde os rapazes – de maioria homossexual, negra e pobre – acaba deixando sobressair reflexões sobre classicismo, identidade negra, homofobia e empoderamentos, numa amostragem do quanto o meio é revelador sobre um todo.

Quando os diretores aprofundam a visão sobre a vida pessoal dessas pessoas, mostrando suas vidas humildes e suas rotinas suburbanas, fica claro que não se trata de uma tribo, mas sim de um recorte dos que projetam no marketing empoderador de uma celebridade internacional, seus anseios de crescimento da auto estima. óbvio que embalado por um carisma natural que os envolve e que dá ao documentário um humor constante. “Waiting For B.” é um êxito da consequência de uma abordagem bem tratada. A ‘B.’ ali é um pretexto para o “Waiting” que o filme evoca.

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