“Sing Street” merece ser conhecido e reconhecido por seus méritos musicais

Durante a temporada de premiações, conhecemos os filmes mais badalados do momento, aqueles que entram na lista de qualquer cinéfilo. Mas, ao mesmo tempo, algumas pequenas preciosidades que passaram despercebidas acabam recebendo alguma indicação e a devida atenção que mereciam. “Sing Street” é um desses tesouros do cinema que ficou conhecido após ser indicado ao Globo de Ouro de Melhor Comédia ou Musical.

Muitos debates já foram travados porque a categoria premia filmes que não são exatamente “comédia ou musical”, como o mais recente vencedor, “Perdido em Marte” (2015). Uma boa notícia é que “Sing Street” se encaixa nos dois gêneros: é uma comédia musical.

O ano é 1985, e uma crise econômica assola a Irlanda. Conor Lawlor (Ferdia Walsh-Peelo) é um adolescente que é obrigado a mudar de escola para que a família economize. Ele acaba em uma escola religiosa só para meninos, na qual até os alunos mais novinhos são durões. Ele na demora a encontrar dois bullies: o complicado aluno Barry (Ian Kenny) e o diretor, padre Baxter (Don Wycherley).

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Mas nem tudo é ruim: em frente à escola mora a jovem Raphina (Lucy Boynton), uma garota misteriosa, mais velha que ele e que sonha em ir para Londres para seguir a carreira de modelo. Para puxar papo, Conor a convida para um clipe de sua banda. Ela aceita, e agora tudo o que falta é apenas montar a banda.

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Conor convoca alguns outros meninos impopulares da escola e conta com a ajuda de seu irmão mais velho, Brendan (Jack Reynor), que adora música e está sempre de olho nas novas bandas e clipes. Não importa que a vida familiar deles esteja desabando com a iminência do divórcio dos pais: boa música será feita, no mais improvável dos contextos.

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A história de uma banda adolescente na Europa dos anos 80 logo nos faz lembrar “Nós Somos as Melhores!” (2013), que se passa em Estocolmo. Entretanto, a trilha sonora de “Sing Street” é mais memorável, e com certeza é o destaque do filme. O álbum, disponível no Spotify, merece ser ouvido, mas são os clipes oitentistas, divertidos e amadores que arrancam as maiores risadas no filme.

Temas um pouco mais espinhosos como uso de drogas, escolha da profissão, abuso de poder por parte de religiosos e dilemas da adolescência são abordados com maestria. O diretor John Carney, de “Mesmo Se Nada Der Certo” (2013) é também roteirista, letrista de algumas das músicas, e se baseou em algumas experiências do pai na escola religiosa Syng Street, de Dublin.

Os filmes sobre adolescência e amadurecimento vêm surpreendendo, e este é mais uma boa surpresa no universo cinematográfico. Assim como o também pouco conhecido e também maravilhosamente retrô “Orgulho e Esperança” (2014), “Sing Street” é um filme que merece ser visto. E não se preocupe se ao final você estiver dançando loucamente pela sala de sua casa. É este o efeito dos bons filmes: fazer-nos esquecer de tudo ao nosso redor, e apenas aproveitar o momento.

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