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“Mais Forte Que O Mundo” usa a história de José Aldo em um bom filme de gênero

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Com a ausência de pilotos realmente competitivos na fórmula um, o UFC ocupou o lugar de segunda paixão nacional no coração dos fãs de esporte no Brasil. E com as pífias performances da seleção nos últimos anos , não é exagero dizer que já ocupa a primazia em muitos casos. O cinema, claro, não poderia deixar de explorar a trajetória dos gladiadores do terceiro milênio. Anderson Silva já havia ganhado o documentário, e agora, José Aldo Jr., ganha sua cinebiografia, estreia deste fim de semana.

Em “Mais Forte Que O Mundo: A História de José Aldo” (Brasil, 2016), acompanhamos a saga do lutador amazonense, vivido por José Loreto, desde a juventude pobre em Manaus, enfrentando problemas familiares, além das condições de vida adversas, e sua ascensão no mundo das competições de artes marciais.

Duelando com seus demônios internos, ele utiliza a luta como válvula de escape. Tendo fé em seu futuro como lutador, ele se vê sem opção a não ser se mudar para o Rio de Janeiro e morar de favor no pequeno alojamento de uma academia apoiado por seu amigo Marcos Loro (Rafinha Bastos). Lá ele conhece Vivi (Cleo Pires), uma jovem praticante de Muay Thai. Precisando matar um leão por dia para se manter, Aldo enfim consegue um voto de confiança do treinador Dedé Pederneiras (Milhem Cortaz) que o orienta até chegar a seu primeiro campeonato no UFC, no Canadá, em um difícil duelo.

Seria apenas mais uma biografia se não fosse a direção precisa de Afonso Poyat (do estiloso ‘2 Coelhos’), que se utiliza de uma ótima edição, um belo trabalho de fotografia e um bom elenco sob seu comando.

A excelência é até mais sentida na primeira parte do longa, que foca no drama familiar. Nessa etapa, predominam as tonalidades quentes na fotografia, além das atuações impecáveis de Jackson Antunes e Cláudia Ohana como os pais do lutador. O roteiro, também assinado por Poyat, segue um viés épico, mas evita a armadilha de transformar o protagonista em um super-herói. Loreto, que nem é tão parecido fisicamente com Aldo, é convincente no papel. Sua composição é guiada por uma concepção bastante humana e realista, sem endeusamento nem julgamento. Tendo como fio condutor a história do campeão, o roteiro se desenvolve como um exemplar de algo tradicionalmente raro no cinema nacional: o filme de gênero. Por aqui, ou é drama, ou é infantil, ou comédia popular. No caso de ‘Mais Forte’, temos a estrutura narrativa de saga de um lutador, como “Rocky” e “Touro Indomável”, duas nítidas influências, e até o recente “Creed: Nascido Para Lutar”.

Por fim, “A História de José Aldo” é um filme que irá agradar não somente aos fãs de UFC, mas também ao público em geral e até mesmo aos cinéfilos, que apreciarão as qualidades artísticas não muito comuns em boa parte dos filmes sobre luta. Se o UFC precisava de um filme definitivo, este aqui, por enquanto, ocupa o posto.

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