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"O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro" conserta erros do filme anterior

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Definitivamente, o Homem-Aranha sempre foi o personagem mais querido e popular da Marvel Comics em todo o mundo. Seu sucesso aumentou ainda mais com os três filmes dirigidos por Sam Raimi e estrelados por Tobey Maguire, embora a terceira parte, mesmo sendo um mega-campeão de bilheteria, tenha dividido a opinião do público e dos fãs. Quando todos esperavam uma possível quarta aventura, a Columbia Pictures surpreendeu ao anunciar que Raimi, Maguire e quase todo mundo envolvido anteriormente estava  fora da jogada. No lugar deles, entrou uma nova equipe, comandada por Marc Webb (que se tornou conhecido com a comédia romântica “500 Dias com Ela”), com a missão de recontar a história de Peter Parker. Assim, em 2012, chegou aos cinemas “O Espetacular Homem-Aranha”, que voltou às origens do “Amigo da Vizinhança”, com algumas significativas diferenças e lançando o britânico Andrew Garfield como o novo ator a personificar nas telas o herói aracnídeo. Apesar do sucesso financeiro, este “reboot” não foi tão bem recebido quanto os filmes anteriores, já que a trilogia de Raimi, que ainda estava fresca na memória do público, contava melhor como surgiu o Homem-Aranha e tinha mais identidade própria. O diretor e os produtores, aparentemente, aprenderam um pouco com seus erros e os consertam (na maior parte do tempo) com a continuação “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” (“The Amazing Spider-Man 2: Rise of Electro”, 2014).

Prestes a se formar no colegial, ao mesmo tempo que continua a combater criminosos como Aleksei Sytsevich (Paul Giamatti) em Nova York, Peter Parker (Andrew Garfield) ainda tem que lidar com seu relacionamento com Gwen Stacy (Emma Stone), já que prometeu ao pai dela, o falecido capitão George Stacy (Dennis Leary), que a deixaria de fora dos problemas causados pelo seu alter-ego. Ele fica tão traumatizado com isso que chega a vê-lo em qualquer lugar. Para piorar a situação, Max Dillon (Jamie Foxx), um funcionário da Oscorp que idolatra o Homem-Aranha, sofre um terrível acidente e se torna o Electro, um ser capaz de controlar a energia elétrica. Só que, por sempre se sentir ridicularizado por todos ao seu redor com essa transformação, ele perde a sua sanidade mental e se volta até contra o seu ídolo, passando a tramar planos para se vingar usando seus novos poderes. Paralelo a isso, Peter reencontra Harry Osborn (Dane DeHaan), seu amigo de infância, que pode lhe fornecer pistas sobre o que aconteceu com seus pais desaparecidos, Richard e Mary Parker (Campbell Scott Embeth Davidtz). Só que o filho de Norman Osborn (Chris Cooper) também carrega um mistério que acaba envolvendo o Homem-Aranha e seu novo arqui-inimigo, o que pode causar graves consequências para todos.

O que salta aos olhos em “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” é a evolução de Marc Webb para conduzir as cenas de ação, um dos pontos fracos do primeiro filme, que ficaram melhores em 3-D. O diretor parece mais à vontade para comandar uma super produção e isso fica bastante claro nas duas grandes sequências que abrem o filme, especialmente a alucinante perseguição do Homem-Aranha e da polícia ao criminoso vivido por Giamatti, que equilibra muito bem a ação e a comédia necessárias para envolver o público. Além disso, Webb volta a mostrar suas qualidades para desenvolver as questões emocionais de seus personagens, especificamente a relação entre Peter e Gwen, com seus altos e baixos, mas sempre de forma atraente, embora alguns fãs do herói possam se incomodar com o destaque para o romance dos dois, em detrimento da aventura,  em uma parte considerável do filme. Mas quem não liga para isso pode até gostar e torcer para que, no final, dê tudo certo para o casal. Ponto para o diretor, que também é ajudado pela ótima química obtida por Andrew Garfield e Emma Stone, namorados na telona e fora dela.

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Já o roteiro, escrito pela dupla Alex Kurtzman Roberto Orci, responsáveis por alguns sucessos como “Star Trek”“Transformers”“Missão Impossível 3”, além de Jeff Pinker, que trabalhou com os dois nas séries “Fringe” “Alias”, encontra algumas soluções interessantes para resolver os problemas da trama do primeiro filme, como o mistério envolvendo o desaparecimento dos pais de Peter. Outro ponto positivo está na recriação de alguns momentos marcantes na vida do Cabeça de Teia nos quadrinhos, especialmente no terço final. Porém, o texto apresenta novas falhas, como por exemplo, o excesso de clichês para os vilões. Electro é mostrado, no início da trama, como um personagem que não tem voz ativa e cuja idolatria ao Homem-Aranha beira a obsessão, exatamente como foi o Charada de Jim Carrey em “Batman Eternamente”. Depois, quando ganha os poderes, ele fica com características do Dr. Manhattan de “Watchmen”, nada parecido com o que é visto nos quadrinhos.

Além disso, o excesso de personagens e subtramas (um erro que também aconteceu em “Homem-Aranha 3”) também impedem o filme de ser totalmente bem sucedido. A relação entre Harry e Norman – e Peter e Norman – acaba sendo jogada de qualquer jeito na tela, sem um tempo ideal para ser desenvolvida de forma mais apropriada. Outra coisa que incomoda é que, com tantos vilões para o Aranha enfrentar, é decepcionante ver o ótimo Paul Giamatti ser completamente desperdiçado como Aleksei Sytsevich, que depois vira o Rino, já que ele aparece pouco e acaba sendo pouco relevante para a história. Provavelmente, ele deve ser melhor aproveitado nas próximas continuações e no já anunciado filme do Sexteto Sinistro

Quanto ao elenco, há boas atuações e outras nem tanto. Andrew Garfield está realmente ótimo como Peter Parker e seu alter-ego, com uma performance bastante superior a de Tobey Maguire. Emma Stone convence como a mocinha com atitude Gwen Stacy, além de ser bastante carismática. Jamie Foxx parece estar desconfortável em bancar o bobo como Max Dillon e faz o que se espera como Electro, em parte graças ao trabalho que fez para a voz ficar mais ameaçadora, graças também aos efeitos sonoros. Já Dane DeHaan, que se destacou em “Poder Sem Limites” se resume a tornar seu Harry Osborn realmente desagradável, sem nenhuma nuance que poderia deixar seu personagem mais interessante, se resumindo a ser um vilão sem muita personalidade.

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Com uma boa trilha sonora de Hans Zimmer (especialmente no tema do Electro, composto por vozes que ele acha que estão caçoando dele), além de um final em aberto, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” é realmente um upgrade em vários sentidos para essa nova franquia sobre o Cabeça de Teia. Porém, não é o melhor filme sobre um personagem da Marvel este ano. O título ainda é de “Capitão América 2: O Soldado Invernal”. Mas ainda assim diverte, e quem não se incomodar com as liberdades tomadas pelo diretor e os roteiristas pode até curtir a mais recente aventura do Amigão da Vizinhança.

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2 Comentários

  • Até que a crítica foi boa, mas foi ridículo falar que Andrew Garfield teve uma performance bastante superior a de Tobey Maguire. Maguire encarnou Peter Parker e vai demorar muito para algum outro ator apagar a imagem dele.

    • Oi, Genumano.
      O que me chamou a atenção na interpretação do Garfield foi de que ele conseguiu encarnar muito bem o espírito de Peter Parker/Homem-Aranha vindo dos quadrinhos. Embora tenha gostado bastante do Tobey Maguire (a cena em que ele captura o bandido que matou o Tio Ben é onde ele atua melhor em toda a trilogia do Sam Raimi), ele não parece tão descontraído quanto Garfield, que também manda bem nas cenas dramáticas. Basta lembrar do clímax do segundo filme. Enfim, entendo que todos temos o nosso ator favorito para interpretar o Cabeça de Teia e admito que gostei bastante do que eu vi de Tom Holland em “Capitão América: Guerra Civil” e espero que ele se saia bem em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”. Abcs e volte sempre ao Ambrosia!

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