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Quando a virtude enfim encontra a DC Comics no ótimo “Mulher Maravilha”

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Dizer que Mulher Maravilha é, sem dúvida nenhuma, o melhor filme de super-herói da DC Comics desde a trilogia Batman de Christopher Nolan, não é algo muito novo, muito menos difícil de afirmar. As última adaptações para o cinema dos quadrinhos da editora fora, no mínimo, decepcionantes, chegando ao cúmulo de estragar a própria mitologia em Batman Vs Superman: A Origem da Justiça. Pois foi em meio a irregularidade desse filme que vimos pela primeira vez a figura hipnotizante de Gal Gadot e sua mulher maravilha. Foi o bastante para crermos que ali residia a redenção de toda sua franchising. E estávamos certos.

Mulher Maravilha é um típico filme baseado em HQ, com uma heroína esbanjando força, carisma e credibilidade, num roteiro que acampa essas virtudes sem pretender banalizar o gênero ou fazer terapia de sua protagonista. Treinada desde criança para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince (Gal Gadot) nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor (Chris Pine, ótimo) se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra.

Gal é aquele tipo de atriz em que sua competência cênica vem de sua persona carismática. Ela toma as cenas para si com muita facilidade. O filme ganha muito com sua presença. Ele possui o valioso encontro entre o physique du rolê com savoir fair. O trabalho de direção de Patty Jenkins (do interessante Monster – Desejo Assassino e diretora de muitos episódios de brilhante The Killing) equilibra bem um certo classicismo formal da trama com planos bem construídos e emblemáticos (as cenas de ação são bonitas e precisas) e o roteiro de Allan Heinberg – que por sinal esteve por trás de obras como Sex And The City e Gilmore Girls – constrói e humaniza sua heroína pelas bordas de sua representação. Por mais que isso resulte em algum pieguismo aqui e ali, a conduta da protagonista acaba virando sua maior justificativa na narrativa.

Mulher Maravilha é ótimo fazendo o básico: nem cede a mediocridade do mercado, nem tenta complicar sua função de ser um bom filme de origem. E ainda acerta em todos os elementos cinematográficos que visita. Da aventura ao romance, passando pelo épico, e introduzindo a noção de que o empoderamento feminino dentro e fora da telona, é bem sucedido como discurso e ótimo entretenimento. Que venha mais “padrão Mulher Maravilha” para DC daqui para frente.

Leia a nossa primeira crítica do filme aqui

Acesse também as considerações sobre o filme no videocast Outcast 

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