Embora pareça pouco, os 29 anos de idade da cantora e compositora Carol Almeida foram suficientes para vivenciar ciclos, das lágrimas aos sorrisos, das dores cotidianas à liberdade e ao transcender, libertar-se, descobrir-se. Assim é que surgiram as cinco faixas do terceiro EP da artista natural de Ubá, cidade do interior de Minas Gerais. Desenhado a partir da chamada Nova MPB com traços do pop, indie e alternativo, o EP “Teorias do Éter” chega nesse 23 de fevereiro às plataformas de áudio, mas também ao Youtube no formato de web série musical.
O que o público escutará, se estiver atento, é uma junção de histórias vividas por Carol Almeida, mas que são apresentadas por meio de metáforas e poesia. O EP é conceitual, portanto, as faixas dialogam entre si, sobretudo tem início, meio e fim. Também, cada faixa representa um dos cinco elementos: terra (família), fogo (inseguranças e desafios), ar (personalidade e liberdade), água (amor) e éter (o transcender).
Isso simboliza as diferentes fases da jornada interior de Carol Almeida como pessoa e artista. Assim, ela fala de questões como autoconhecimento, amor, tempo, liberdade, universo e transformação. “Todos as minhas canções tem uma história por trás e mesmo com a diferença dos estilos de cada música, elas se conectam de alguma forma. E a mensagem é sempre mergulhar em si e descobrir o universo que nos habita.”, definiu a artista, que frisa o aspecto do EP em contar nuances do seu processo artístico e como ele influencia sua construção como pessoa.
As composições e gravações do EP “Teorias do Éter” derivam de uma oportunidade mais abrangente que se apresentou à artista mineira. “A ideia surgiu da vontade de fazer um show autoral. As canções foram divididas dentro dos cinco elementos de acordo com a temática e realizados dois shows imersivos em duas cidades diferentes à partir deste conceito. Nisso, com a possibilidade de escrever um projeto na Lei Paulo Gustavo, a ideia de criar uma web série musical surgiu como forma de me adequar dentro das diretrizes do projeto.”
Carol releva curiosidade sobre o primeiro dos dois shows imersivos. “Quando criei o show autoral ‘Teorias do Éter’, fizemos um show imersivo. Entregamos um envelope com todas as letras do show e uma caixinha de giz de cera com 5 cores, as cores dos elementos. Durante o show, a plateia tinha a possibilidade de se manifestar artisticamente nas folhas das letras. O resultado foi um mosaico de poesia, ilustrações e afetos. Logo mais, os papeis foram usados para serem cenário da gravação do videoclipe da faixa 4 do EP, ‘Relógio de Parede’”.
Todas as músicas foram gravadas, mixadas e masterizadas no Estúdio Na Trilha, por Celso Moreira, que também assina os arranjos com Juninho Martins e a própria Carol Almeida. Ela também assina a produção audiovisual e os roteiros com Pedro Ribeiro, este responsável pela edição, captação e colorização. O EP e a web série musical já estão disponíveis nas plataformas digitais, você pode escutar e assistir em streamings como Spotify, Deezer e Youtube.
Faixa a faixa
Começa o EP a faixa “Conversa Sobre Saudade”, no qual uma conversa fictícia entre seus avós maternos já falecidos demonstra a durabilidade inquebrável do verdadeiro amor e o tempo como apenas um detalhe, é o que está nos versos “o tempo é passageiro / mas o infinito é nosso agora”.
“Barco de Papel” vem na sequência. Romântica e profunda, a música compara o entregar-se apaixonado ao movimento dualistaa do mar, o caos e a calmaria. Assim, a letra diz que, quando se entrega ao amor, se permite ancorar em mares desconhecidos e viver essas duas sensações tão diferentes entre si, mas que formam uma unidade.
A terceira faixa, “Don’t” é a única com letra em inglês. Carol Almeida a descreve: “É uma música sobre revolta e insegurança. Traz um pouco dos desafios de ser mulher no meio musical, lidando com elogios disfarçados de abuso e falta de credibilidade. A sonoridade é de revolta, traz um toque obscuro com muitas vozes e em seu auge, imerge em uma confusão sonora com sintetizadores, gritos, guitarras e bateria.”
“Relógio de Parede”, a quarta faixa, é um pedido de que o interlocutor, ao menos, a deixe revelar o que ela sente, sua descoberta: a lucidez e o deslumbre de ter encontrado sua liberdade na invenção de qualquer realidade e história para si, como dizem os versos “que melhor que cantar em si / é cantar em si e em qualquer tom / voar e submergir / andar no intermédio da contradição / e perceber / que a liberdade mora na invenção”.
O EP encerra com uma faixa folk, “A Pedra de Júpiter”, na qual Carol Almeida narra o caminho do encontro de um coração com a evolução, com o transcender. O coração, neste caso, seria uma pedra preciosa a ser lapidada. “Esse coração é uma pedra de outro planeta, que finalmente foi lapidado e entendeu seu propósito. Nesse instante, há a descoberta de outras dimensões e sensações.”, explicou a artista.
Ficha técnica (EP “Teorias do Éter”)
Gravação, mixagem e masterização: Celso Moreira – Estúdio Na Trilha
Arranjos: Celso Moreira, Juninho Martins e Carol Almeida
Produção Musical: Celso Moreira, Juninho Martins e Carol Almeida
Metais: Douglas Caporal, William Benfica e Juninho Martins
Bateria: Gabriel Colodetti e Fabrício Souza
Vozes: Carol Almeida
Guitarras: Celso Moreira e Juninho Martins
Baixo: Celso Moreira e Juninho Martins
Produção Audiovisual: Pedro Ribeiro e Carol Almeida
Captação, Edição e Colorização: Pedro Ribeiro
Roteiros: Carol Almeida e Pedro Ribeiro
Fotos de divulgação: Neitan Estúdio

Capa e contracapa do EP “Teorias do Éter” – Crédito: Cinthya Médice







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