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"Transformers: A Era da Extinção" e a banalidade de Michael Bay

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Vamos analisar a escola Michael Bay de fazer produto. Sim, porque cinema ele não faz. Seu arremedo de dramaturgia pode no máximo se assemelhar a clipes musicais ou comerciais. Cinema não é. Transformers: A Era da Extinção, seu novo produto da franquia bilionária, tem agradado a seu difusor: já é um dos maiores sucessos do ano nas bilheteria americanas. Por que? Como produto que é, foi pensado para agradar a dominante audiência adolescente de Hollywood e do mundo. E para tal, Bay foi sem freio algum. O elenco principal foi todo renovado. Sai o mala do Shia LaBeouf, e entra Mark Wahlberg e um bando de coadjuvantes novatos e apáticos. Nem os sempre bons Stanley Tucci e Kelsey Grammer conseguem fazer muito pelo evasivos personagens que defendem. A história já começa mal: até quando a franquia vai cavar origens para sua história? A trama é uma espécie de reboot, dessa vez focando na família do personagem de Wahlberg, que descobre Optimus Prime num momento em que os Autobots estão sendo caçados para que consigam “um elemento que integra a essência dos robôs” e pode destruir tanto os mesmos como os Decepticons. Mas esse é só o primeiro estopim da trama que vai se desenrolando à medida que vão necessitando de cenas de ação barulhentas e megalomaníacas.
Em determinado momento, a trama se transporta para China sem a menor explicação plausível. Ah sim, é um produto, lembra? A China é o maior mercado de bilheteria do planeta e isso pode se reverter em dólares (e se reverteu!). E por aí vai: muita fotografia quente saturada, muita banalização da câmera lenta, muito clímax forçado ao som de rock ruim, enfim, a “cartilha Bay” na sua essência, e em quase três horas de duração. Se tudo já é vazio de substancialidade narrativa e cinematográfica, imagine com uma duração dessas? Óbvio que os efeitos são eficientes. Mas quais não são hoje no mercado americano? Transformers: A Era da Extinção, na sua condição de clipe ou comercial (há desfile grosseiro de propagandas durante todo o filme) é um suplício de se assistir (ainda mais em 3D). Até seu humor (raso) irrita. No fim, há uma mensagem dramática que diz algo como “no futuro o mal será extinto da Terra, para todo o sempre“. Eu entendi como uma mensagem subliminar do filme para seu próprio realizador. Fujam!!!

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