Corpos potentes de três intérpretes-criadores, veteranos que fazem parte da história da dança carioca, Giselda Fernandes, Alexandre Bhering e Frederico Paredes,estão em “Sacro”, novo espetáculo da Companhia de Dança Marcio Cunha. O trabalho é inédito e, ao mesmo tempo, uma continuação do espetáculo de mesmo nome encenado em 2022 – agora, se inicia exatamente do ponto de onde terminou a primeira montagem. Com direção do coreógrafo Marcio Cunha, “Sacro” estreia em 14 de novembro no Teatro Cacilda Becker, onde fica em cartaz até 1º de dezembro (de quinta a domingo, às 19h). Este projeto foi contemplado pelo Edital Pró-Carioca Linguagens- categoria Dança, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Programa Funarte Aberta.
“O nome do espetáculo veio de duas palavras que para mim fazem muito sentido: uma é a ideia do sagrado; a outra está relacionada ao corpo, porque sacro é o nome de um osso que fica na base da coluna”, conta o Marcio. Para essa continuação de “Sacro”,diretor e artistasse reuniram numa imersão criativa no Sítio Vale de Luz, em Nova Friburgo, dando início a um novo ciclo do projeto. Durante o encontro, os intérpretes trouxeram suas experiências, lidaram com suas feridas e se conectaram com seus baús de memórias.
Neste sentido, trata-se de um projeto que traz em si muito dos processos dos intérpretes. “O que faz sentido de ser dançado nos tempos de hoje? Vou dançar o quê? Que tipo de experiência vou ter num mundo acelerado?”, são alguns dos questionamentos trazidos pelo diretor. Marcioressalta a importância de o artista abrir as cascas de suas feridas, se deixar vulnerável, para, assim, chegar ao público. Ecitauma frase do poeta Rumi relevante no processo de criação: “através das nossas feridas é que entra luz no nosso corpo.”
Entre as obras que serviram de referência na criação de “Sacro” está o livro “A terra dá, a terra quer”, do filósofo e mestre quilombolaAntônio Bispo dos Santos, conhecido como Nêgo Bispo. Em trecho da obra, o autor destaca que anossa história não é composta por começo, meio e fim. “Somos povos de trajetórias, não somos povos de teoria. Somos da circularidade: começo, meio e começo. As nossas vidas não têm fim. A geração avó é o começo, a geração mãe é o meio e a geração neta é o começo de novo.”
Oficinas – Durante a temporada, o diretor e os bailarinos vão ministrar oficinas gratuitas, às 14h, no Teatro Cacilda Becker: Giselda Fernandes (“Dinâmica Muscular Método CemeJambay” em 23/11), Alexandre Bhering (“A Experiência do Movimento, SomáticaImprovisação e Contato” em 24/11), Marcio Cunha (“Pesquisa e criação da Marcio Cunha Dança Contemporânea”, em 30/11) e Frederico Paredes (“Jogos de Corpos e Temporalidades” em01/12). Para se inscrever, é preciso preencher o formulário disponível no site da companhia (www.artemarciocunha.com).
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia, coreógrafo, diretor e cenógrafo: Marcio Cunha
Intérpretes: Giselda Fernandes, Alexandre Bhering e Frederico Paredes
Produtora Executiva e Designer: Cacau Gondomar
Iluminador:Juca Baracho
Trilha Sonora: Leonardo Miranda
Assessoria de Imprensa: Catharina Rocha e Paula Catunda
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Direção de Produção: Monica Torres Varela
Serviço
Espetáculo: “Sacro” Temporada:de 14 de novembro a 1º de dezembro de 2024
Dias e horários:de quinta a domingo, às 19h
Local:Teatro Cacilda Becker Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte Endereço: Rua do Catete, 338- Catete Duração:40 minutos Recomendação etária: Livre