No Dia Mundial do Teatro, SescTV exibe documentário ‘50 anos em cena’

O documentário 50 anos em cena, que rememora a história do teatro baiano, será exibido no Dia Mundial do Teatro, 27 de março de 2024, às 23h pelo SescTV.  O filme de Pola Ribeiro, com roteiro de Alan Miranda, é um convite a entender o processo de consolidação do teatro profissional da Bahia, revelando como um estado se representa artisticamente através dos palcos e das experiências dos seus integrantes. 

Com 54 minutos de duração, a produção tem fotos, registros audiovisuais e jornalísticos da época, além de depoimentos de roteiristas, diretores, cenógrafos, figurinistas e outros profissionais, que mostram as principais influências, compartilham suas memórias e as transformações dos últimos 50 anos à cena atual.

50 anos em cena expõe de maneira lúcida a força do teatro baiano, com o teatro de pesquisa como forma política de atuação, inovação de linguagem e ousadia, que quando bem realizadas, retém o público. 

Um pouco mais sobre o documentário

Raimundo Leão discorre sobre sua pesquisa acerca da trajetória do teatro baiano a partir da década de 50, desde suas raízes amadoras até seu desenvolvimento sob a égide do trabalho seminal de Martim Gonçalves com o grupo A Barca (1956-1963). Esta colaboração marcou uma renovação na cena teatral, elevando a escola de teatro contemporânea a um patamar de excelência reconhecido internacionalmente, por meio de intercâmbios com instituições ao redor do mundo.

Márcio Meirelles, renomado diretor, destaca a influência fundamental do Teatro Amador de Salvador, que desempenhou um papel decisivo no sucesso da escola de teatro da época. Outro nome de referência nesta época é o de Deolindo Checcucci, que a partir da montagem da peça “O Futuro Está Nos Ovos”, de Ionesco, cria uma linguagem mais moderna de encenação. 

O curso livre de teatro da UFBA, que existe até hoje, deu elementos técnicos a quem passou por ali. O teatro baiano construiu então, segundo Paulo Dourado, uma credibilidade perante o público, que superava as grandes companhias do sudeste, que quando iam à Bahia em turnê, não tinham um público tão significativo quanto as companhias baianas em cartaz nos teatros de Salvador. Foi neste momento que Lelo Filho e outros atores, criaram a Cia Baiana de Patifaria, que explodiu em sucesso por todo Brasil com “A Bofetada”, em cartaz há 32 anos, provando o expressivo vínculo entre o teatro baiano e seu público fidelizado ao longo do tempo.

Outra participação importante no documentário é de Wagner Moura, que relembra seus primeiros anos no teatro, mergulhando na efervescência cultural dos anos 90, onde grandes atores, diretores e dramaturgos inspiravam e moldavam a cena teatral baiana. Por outro lado, Lázaro Ramos destaca o impacto transformador do Bando de Teatro Olodum, um grupo pioneiro que trouxe a riqueza da cultura negra para os palcos baianos, consolidando-se como uma das mais influentes referências teatrais em Salvador. 

Lázaro ao lembrar deste momento afirma: “Cheguei no lugar onde todos eram reis”. Além disso, compartilha um marco significativo em sua trajetória ao interpretar Sancho Pança ao lado de Carlos Petrovich como D. Quixote.

Fernanda Júlia (Onisajé), diretora do NATA , Núcleo Teatral de Alagoinhas, Salvador, relembra o momento em que seu grupo chega trazendo espetáculos que exploram as religiões de matriz africana. “Exu, a Boca do Universo”, foi um desses espetáculos. Um projeto poético político, segundo Onisajé.  Thiago Romero cita “Rebola”, espetáculo realizado no Beco dos Artistas, que fala de questões LGBT, e que ganhou o prêmio de melhor espetáculo do ano, expondo o quanto é importante para o artista falar do seu tempo sem esquecer do passado.


Para assistir o SescTV:

Consulte as operadoras e serviços de streaming sobre a disponibilidade do canal

Assista online em sesctv.org.br | Nas redes sociais: @SescTV 

Sair da versão mobile