Em sua estabelecida terceira temporada, a série Orange Is The New Black se expõe nas extremidades de suas qualidades e defeitos. Essa balança pende mais para o lado positivo de uma dramaturgia a cada temporada mais preocupada no desenrolar do desenvolvimento de suas personagens. Isso resultou numa trama mais azeitada, até diferente da última temporada, que se valeu de um plot mais pautado na vilania de uma personagem que entra para movimentar o presídio. Nesse ano, o que mais chama atenção – e automaticamente demonstra o ponto de fragilidade da série em si, mesmo dentro de sua qualidade, nesse terceiro ano, é o quanto a trama ficou maior e mais interessante que a jornada de sua protagonista Piper Chapman (Taylor Schilling), que anda em círculos desde o ano passado. Quem aguenta aquele volta e separa sádico entre ela e sua namorada Alex Vause (Laura Prepon)? Com a saída de seu apaixonado namorado então, sua linha narrativa só se esgotou ainda mais.
Por outro lado, a série cresceu na consistência de suas coadjuvantes, com tramas em flashbacks muito interessantes, a exemplo da vida pregressa de Chang e de Norma. Mas Orange Is The New Black se sustenta para além do passado de suas detentas. A virada psicológica de Pennsatucky (a ótima Taryn Manning), a paixonite de ‘Crazy Eyes” (Uzo Adubo) e até o aprofundamento da personalidade de Joe Caputo (Nick Sandow) fazem da série a boa parábola de seres femininos aprisionados que é. Quando conseguir destravar a imobilidade de seu protagonismo, vai ficar ainda melhor.