The Witcher só precisou de uma temporada para se tornar uma das obras mais importantes da Netflix. Como toda plataforma de streaming, a Netflix fica atenta à novas franquias de sucesso, indo além da importância de um título específico e sabe que encontrou ouro ao adaptar este universo criado pelo escritor polaco Andrzej Sapkowski.
Em breve teremos a segunda temporada da série estrelada por Henry Cavill e um prequel que está sendo filmado que ocorre 1200 anos antes da série principal, e em agosto estreou The Witcher: Lenda do Lobo (The Witcher: The Wolf’s Nightmare), uma animação em longa metragem que conta as origens de Vesemir, o mentor de Geralt. Um filme que aqueles que já estão totalmente imersos neste mundo de bruxos, feiticeiras e monstros irão certamente desfrutar muito mais.
Análise
The Witcher: Lenda do Lobo tem a função essencial de apresentar Vesemir, personagem que vai aparecer na segunda temporada da série principal, por isso saber mais detalhes sobre o seu passado e motivações ajuda a que o seu impacto seja maior, pois lembramos que a sua presença na primeira temporada ficou limitada a uma participação especial de Theo James em um capítulo, a voz que chama Geralt no final.
Se os produtores sabiam ou não que iriam fazer The Witcher: The Wolf’s Nightmare é algo que talvez nunca saibamos, mas pelo menos aqui apostam na continuidade e James retorna para emprestar sua voz ao personagem. Conhecido por Tobias “Quattro” Eaton da franquia Divergente, James dá uma ênfase ao mestre de Geralt, com uma solvência digna da personalidade complexa do personagem, dando um espaço para um amplo espectro de emoções, mesmo que não chegie aos 90 minutos de duração.
Completando o elenco principal estão Lara Pulver (Sherlock) como Tetra Gilcrest, Graham McTavish (Outlander, O Hobbit) como Deglan e Mary McDonnell (Donnie Darko) como Lady Zerbst. Quer seja a feiticeira fria cheia de emoções reprimidas, o mentor do bruxo, já velho, que vê o trabalho de sua vida desmoronar, ou a nobre perspicaz, que subiu ao topo da corte – todos eles desempenham seus papéis convincentemente.
O retorno de Filavandrel de Tom Canton, o rei élfico que Geralt conhece na primeira temporada, merece destaque. Em Lenda do Lobo, o ator retorna numa versão mais jovem de Filavandrel, mais sutil, atenciosa e ainda não tão amarga.
Mesmo com o elenco de vozes, o impacto emocional que The Witcher: Lenda do Lobo busca não acelera. Não temos um trabalho de desenvolvimento suficiente em suas personalidades e motivações para que o inevitável confronto dramático pareça especial, e não a inevitável resolução em tal história.
Expansão
E é uma pena que tenha ocorrido, já que o longa-metragem teria outra função, de expandir o universo e ao mesmo tempo servir de porta de entrada para aqueles espectadores que, por qualquer motivo, não ousaram ver a série principal. Faltou uma contextualização e mais profundidade na obra dirigida pelo artista Kwang Il Han, que consegue dá um ritmo suficiente para que sigamos con certa curiosidade a historia de Beau DeMayo.
A coisa melhora para quem é fã da série The Witcher, já que as referências estão marcadas em boa parte da animação. A narrativa joga com esses, ajudando assim a conectar as duas produções, e de passagem, entender melhor as motivações do mentor de Geralt.
Visualmente, a animação está bastante íntegra, especialmente quando tem que entrar em detalhes, quase sempre ligados a explosões de violência com os personagens dando tudo de si no calor da batalha. Impressiona o sangue e as vísceras, mas chega a ser demasiado genérico nas cenas finais.
Em resumo
Em The Witcher: Lenda do Lobo não vamos encontrar nada memorável, mas é uma animação interessante que convence mais quando desencadeia a violência do que quando investiga as origens de Vesemir. Suspeitamos que os fãs da série irão gostar mais do que aqueles que ainda não conhecem a série do Bruxo Geralt de Rívia.
Nota: Bom – 3 de 5 estrelas