Exposição “O que te faz olhar para o Céu?” exibe trabalhos de mais de 40 artistas brasileiros

A partir do dia 17 de julho, o Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro recebe a exposição ‘O que te faz olhar para o Céu?’, idealizada por Rodrigo Franco que, pela primeira vez, assina sozinho como curador. A mostra coletiva, que ficará em cartaz até 31 de agosto de 2024, convida o público a uma imersão reflexiva e sensorial, através de uma centena de obras, de 45 artistas, de diversas partes do Brasil, apresentando uma vasta exploração artística e cultural sobre os múltiplos significados e interpretações do céu na vida humana.

Rodrigo Franco, diretor de arte e cenógrafo, precisou se redescobrir durante a pandemia, curando e cocriando exposições de sucesso no Rio de Janeiro. Após sofrer um burnout e uma depressão profunda, recebeu o convite dos Correios e decidiu voltar. A troca intensa com os artistas durante o processo de criação da exposição se tornou curativa para ele.



A seleção dos artistas foi baseada em uma identificação pessoal com questões importantes para Rodrigo e dentro do contexto da exposição. O público verá diferentes manifestações artísticas, incluindo pinturas, fotos, instalações, performances, vídeos e esculturas, abordando o céu interior de cada um.

Dividida em quatro eixos temáticos – Fé, Crenças e Misticismo; Ciências Celestes; Vivência e Sobrevivência; e Canalizador de Imaginário -, a exposição traz mais de 100 obras que dialogam e se complementam, abordando temas como religião, sexualidade, gênero, mudanças climáticas e racismo. No eixo Fé, Crenças e Misticismo, obras abordam espiritualidade e religiosidade, como a tela “Amálgama” de Caio Pacela, que retrata a religião evangélica com um olhar crítico. Edu Barros, do coletivo Anoiva, mistura representações clássicas com assuntos contemporâneos, enquanto Thix, artiste não-binárie, apresenta dois autorretratos que criam um acervo de registros pictóricos de dissidências de gênero.



No eixo Ciências Celestes, o público explora a relação entre ciência e astronomia, incluindo registros históricos do Eclipse de Sobral de 1919, que comprovou a teoria da relatividade de Einstein, e aborda apagamentos históricos como o da física Mileva Marić. Joelington Rios, artista visual quilombola maranhense, apresenta a instalação “Cruzeiro do Sul III”, conectando-se com suas raízes.

Em Vivência e Sobrevivência, a mostra dialoga com o cotidiano da população e sua relação com seus céus, destacando obras como “Suas maldades são fracas perto das orações da minha mãe II” de Emerson Rocha, que exalta as experiências da população negra. As mudanças climáticas são abordadas nas fotografias de Daniel Marenco, que registra desastres naturais pelo Brasil.



No eixo Canalizador de Imaginários, o céu é visto como inspiração e encantamento, com trabalhos como os da fotógrafa carioca Salem, que retrata o cotidiano da favela com um olhar esperançoso, e do multiartista pernambucano Cafi, autor de capas de discos emblemáticas. Auá Mendes, ilustradora e grafiteira indígena, explora sua transcestralidade através da série “Olhar”.

A exposição é uma jornada poética e crítica, uma oportunidade única para refletir sobre nosso lugar no universo e as múltiplas formas de conexão com o céu. Rodrigo Franco, em sua primeira curadoria individual de artes visuais, compartilha sua visão e experiências pessoais, trazendo à tona questões existenciais e sociais profundas através da arte, buscando pautar agendas urgentes e convidando o público também a olharem para seus infinitos céus interiores.

Serviço

Data: 17 de julho a 31 de agosto de 2024
Local: Centro Cultural Correios – 2º pavimento, salões 1 e 2
Endereço: R. Visconde de Itaboraí, 20 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Dias e horários: Terça-feira a sábado, das 12h às 19h
Entrada: Gratuita
Classificação etária: Livre

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