[CONTEÚDO ADULTO]
A desconstrução de gênero se torna uma pauta cada vez mais importante para se construir uma sociedade melhor, com equidade, mais amor e menos violência. A série de desenhos “pinto-pintorosa-rosa” do artista plástico Vinicius Rosa nos aproxima intimamente do universo andrógino e trans e nos insere na energia, na vida e na beleza da diversidade humana.
Diria que há duas coisas importantes na composição: as pessoas, desenhadas de forma simples (traços rápidos, com caneta e lápis) e a descaracterização do gênero dessas pessoas, através da paleta de cores vibrantes trazidas pela colagem com fita adesiva brilhante e papel colorido.
A representação de pessoas andróginas e homens trans é linda e serve como ato de resistência, considerando que há uma minoria conservadora, moralista e muito insistente na nossa sociedade, de pessoas que querem regular o corpo e podar a identidade de indivíduos livres e complexos.
O “ser mulher” e o “parecer mulher” ainda são conceitos que precisam ser mais debatidos e desnaturalizados num contexto social. Tanto mulheres cis, quanto mulheres trans, homens trans e travestis ainda são marginalizados e violentados todos os dias e ainda assim, cabe somente a elas decidir o corpo que querem ter, a forma de vestir esse corpo, a forma de expressar sua individualidade…
Porque o trabalho de Rosa lida com essas questões através das caracterizações femininas (saias, perucas, saltos) em corpos com um pau entre as pernas, essa série dá ainda mais visibilidade a um grito de liberdade. E à diversão também!
Apesar dessas considerações políticas, à primeira vista o/a “pinto-pintorosa-rosa” me faz feliz. Observo e sou contagiada pela vibe despojada e colorida.
E não é sobre esse universo que estou falando desde o início?
Vinicius Rosa é artista plástico e fashionista. Vive em Niterói, RJ.
A série “pinto-pintorosa-rosa” foi exposta pela primeira vez na 2ª Exposição Sexual, realizada em Sorocaba, SP, em 2014.
Mais de suas “experimentações telúricas” na página do facebook Pinto Rosa.
Abaixo, foto da exposição da sua série de esculturas e performance “Pau é madeira, vagina é farpa”.
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