Após décadas na televisão o tempo de Silvio Santos passou, e além de uma carreira de sucesso como apresentador, o que vai ficar é uma imagem negativa de uma pessoa que não soube se adaptar as mudanças do tempo – nos últimos Silvio têm sido lembrado mais pelas falas polêmicas e visão retrógrada do que pela alegria contagiante que exiba na televisão.
Em nova decisão do Tribunal Superior do Trabalho, a emissora SBT foi condenada a pagar uma indenização de R$ 40 mil a uma ex-coreógrafa da emissora que foi ofendida por um comentário de Silvio Santos durante a exibição de um programa ao vivo. O apresentador, na ocasião, comparou a mulher com uma nova funcionária e disse: “Essa coreógrafa é muito melhor que a outra que foi embora”.
A coreógrafa processou a emissora por dano moral, dizendo que o comentário teve conotação machista e sexual. Segundo ela, por conta da fala do dono do SBT, ela sofreu com reações de colegas, família e amigos e foi colocada em situações vexatórias e humilhantes. A situação teria sido agravada pelo fato de que o conteúdo permaneceu disponível na página da emissora no Youtube.
O Tribunal Superior do Trabalho considerou que o apresentador corroborou com a objetificação do corpo feminino e reforçou estereótipos de gênero ao avaliar a mulher por sua “beleza e juventude”. “Ao traçar um comparativo de ordem física entre a reclamante e a nova coreógrafa contratada, o apresentador de TV indubitavelmente reduziu, em rede nacional, mais de uma década de serviços prestados à emissora a atributos de ordem física”, diz a decisão.
A decisão do Tribunal Superior do Trabalho é importante porque reforça que comentários machistas não podem ser tolerados no ambiente de trabalho. É fundamental que as empresas sejam responsabilizadas por atitudes discriminatórias e ofensivas contra seus funcionários. A condenação do SBT é um passo importante para garantir um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todos.