Ao que tudo indica, a franquia O Exterminador do Futuro está mesmo voltando para as mãos de seu criador, o diretor James Cameron. A informação veio do site Deadline.
Os direitos de Terminator retornam para Cameron em 2019, quando será iniciada uma nova produção da série. Porém, Cameron não dirigirá. De acordo com o site, ele está em contato com o diretor de Deadpool Tim Miller, que pode assumir o comando do novo filme. Mas as conversas ainda estão em fase inicial. Provavelmente o dono da franquia assumirá o cargo de produtor. O que se sabe é que o projeto será uma espécie de reboot que levará à conclusão da saga no cinema.
Por enquanto, Cameron não comentou nada oficialmente sobre o projeto – atualmente, ele trabalha nas três continuações de Avatar. A primeira está prevista para chegar aos cinemas no final de 2018.
Os rumos da franquia até aqui
Tudo começou em Roma, Itália, em 1978, durante o lançamento de seu primeiro filme, “Piranha II: Assassinas Voadoras”. James Cameron adoeceu e teve um sonho sobre um torso metálico segurando facas de cozinha saindo de uma explosão, arrastando-se. Na época, John Carpenter havia lançado seu slasher “Halloween”, o que influenciou Cameron a dirigir um filme do gênero. Só que com um toque de ficção científica.
Retonando à Califórnia, ele procurou o escritor de ficção científica Randall Frakes, e escreveu o primeiro esboço para “O Exterminador do Futuro”. As influências de Cameron incluíam filmes de ficção científica dos anos 50, séries de televisão de fantasia dos anos 60 e até filmes contemporâneos como “Caçador de Morte” (1978) e “Mad Max 2” (1981).
No primeiro script seriam dois exterminadores. Um ciborgue convencional, com aparência humana e um segundo feito de metal líquido. Devido às restrições orçamentárias e indisponibilidade de tecnologia na época a versão ficou com um ciborgue de aparência humana e um humano se confrontando. A ideia do androide de metal líquida seria retomada no segundo filme, de orçamento maior e com uma tecnologia de efeitos especiais mais avançada.
Cameron mostrou o roteiro a Gale Anne Hurd (hoje conhecida como produtora da série The Walking Dead), que mostrou interesse. O script foi vendido por um dólar, contanto que ele ficasse como diretor sem previão de demissão. Em troca ela seria creditada como co-roteirista, embora, segundo o cineasta, ela não tenha ecrito nada. Apenas editou o material. Ambos tinham amigos que trabalhavam na produtora de Roger Corman, onde Gale era assistente, e que tinham ido para a Orion Pictures, hoje incorporada à MGM. O resultado foi um clássico sci-fi de 1984 que confirmou Arnold Schwarzenegger como astro de filmes de ação, depois de chegar ao estrelato com Conan: O Bárbaro.
Depois da continuação lançada sete anos depois, Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, Cameron decidiu dar a franquia por encerrada, apesar dos boatos de que ele retornaria para um terceiro filme. Ele mencionou aos produtores Mario Kassar e Andy Vajna seus planos de comprar os direitos de volta da falência da Carolco. A dupla foi mais rápida e o fez, imaginando que ele ainda participaria, mas o diretor, em resposta, deu adeus. Consequentemente, não se envolveu em nenhum dos três filmes que se seguiram, nem da série de TV The Sarah Connor Chronicles.
Os direitos acabaram com a Pacificor, que pagou US$ 29,5 milhões (veja como foi aqui), e Megan Ellison os comprou depois que a empresa afundou. Depois de T2 a franquia foi mudando de estúdio. Depois da Warner/Columbia (responsáveis por Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas e Exterminador do Futuro: A Salvação), A Paramount/Skydance assumiu a série. O dono, David Ellison, irmão de Megan, comprou os direitos da irmã em 2013 e empreendeu O Exterminador do Futuro Gênesis, lançado em 2015.
O futuro da franquia
“O Exterminador do Futuro” é uma das franquias mais cultuadas do cinema, juntamente com Star Wars, De Volta Para o Futuro, Alien e Indiana Jones. No entanto, as últimas tentativas de retomá-la após o afastamento de seu criador foram infrutíferas. Decepcionaram o público e não renderam satisfatoriamente nas bilheterias. O último filme, dirigido por Alan Taylor custou 155 milhões de dólares e arrecadou 440 milhões no mundo inteiro. Um lucro não tão expressivo, ainda mais se levando em conta que o filme sequer se pagou em casa. Foram 89 milhões de dólares arrecadados nos EUA.
Mas Hollywood está longe de querer dar fim às suas franquias mais lucrativas. Com a exceção de De Volta para o Futuro (leia por que aqui), todas as sagas que amamos estão voltando às telonas, umas bem sucedidas (como Star Wars) e outras nem tanto (como Caça-Fantasmas). Daí, a família Connor não poderia ficar de fora da festa. Assim sendo, não haveria melhor decisão do que devolver a criatura ao criador.
O grande problema pode ser em relação ao roteiro. O esquema de exterminador volta ao passado desencadeando perseguições de automóveis, tiros, etc, funcionou bem nos dois primeiros filmes. Depois ficou exaustivo e redundante. Continuar a trama a partir da história estabelecida em Gênesis não parece uma boa ideia. É muito pouco provável que a Skydance queira continuar seguindo aquela trilha.
David Ellison, que ainda detém a marca, estaria buscando nomes do primeiro escalão entre autores de ficção científica para colaborar na parte criativa do projeto. Mas é certo que o envolvimento de Cameron irá mudar o jogo. Como dono do maquinário, ele sabe exatamente como a engrenagem deve funcionar e suas diretrizes serão determinantes para colocar a franquia de volta nos trilhos.
Mais notícias virão, em breve Cameron falará sobre o assunto. Outra pergunta que muitos devem estar se fazendo é a respeito da participação de Schwarzenegger. Ele voltará a encarnar o terminator aos 72 anos de idade ou fará apenas um cameo? Todavia, o que se vislumbra no horizonte é que poderemos, enfim, ter um bom filme de O Exterminador do Futuro. O primeiro desde o segundo filme. A franquia merece.
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