Depois de alguns fiascos da marca Marvel – Netflix, como foram Punho de Ferro, Luke Cage e Defensores, eles finalmente acertam a mão com provavelmente seu principal produto que é o Demolidor. Com uma primeira temporada exuberante (que foi o cartão de visitas deles) e uma segunda temporada desequilibrada (no qual brilha a parte do Justiceiro, e sofre com a parte da Elektra, a terceira temporada vem com o melhor que eles já produziram até aqui, em uma história com drama, cenas impactantes e diversos conflitos e temas usados nos seus 13 episódios (no qual apesar de número alto, não cansa a quem assiste).
Usando como base a história da Queda de Murdock, vemos como ele se recupera dos eventos ocorridos em Os Defensores e como Karen Page e Foggy Nelson tentam viver suas vidas sem o amigo por perto. Enquanto isso, Wilson Fisk faz um acordo com FBI de entregar membros do submundo em troca de uma prisão domiciliar em um hotel de luxo, e principalmente, garantir o retorno seguro de sua amada Vanessa. A trama mostrará também a relação de Matt com os membros da sua Igreja, em especial, a freira Maggie Grace, além de nos dar atenção da dois agentes do FBI Ray Nadeem e Bem Poindexter.
Um dos maiores méritos da série é se ancorar em seus dois principais astros, Charles Cox (Murdock) e Vicent D´Onofrio (Fisk), que dão todo o peso necessário para as cenas e sabem entregar o tom perfeito para o drama dos dois personagens. Isso fica ainda mais claro quando ambos estão juntos na tela fazendo o contraponto dos seus textos de maneira brilhante, ainda mais quando os personagens pedem mais intensidade e agressividade.
Se normalmente nessas series reclamamos que só existe uma ou duas boas cenas de ação, sendo uma delas sempre a corredor (e sim temos ela novamente), nessa temporada eles capricharam e fizeram diversas boas cenas de ação, não apenas com lutas marciais, mas também com boas cenas de tiroteio e em todas sentimos a tensão que nos faz ficar parados assistindo na ponta da cadeira, e o que hoje faz muita falta em filmes desse gênero, que é vermos o que acontecendo na tela, sem nos sentir perdidos com câmeras com diversos cortes, e identificando as coreografias.
A série toca em diversos temas importantes sobre solidão de alguém que tem uma profissão perigosa e como isso afeta a ele, a família e os amigos, é atual ao falar sobre as manipulações que qualquer um pode fazer nos dias de hoje sobre notícias falsas, remete sobre a fé do indivíduo, seja sobre as instituições como a justiça, ou mesmo a relação entre o homem e Deus.
É uma série que pode ser vista facilmente em pouco tempo, pois seu envolvimento com ela é forte e cativante, no qual existe uma identificação com os personagens e sobre suas atitudes em tela, no qual a pessoa terá motivos para estar do lado e as vezes do outro lado, muitas vezes com o mesmo personagem.
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