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A brilhante e sedimentada segunda temporada de “Killing Eve”

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Há uma razão para todo o hype em cima de Killing Eve. E esta razão reside na sua construção dramática. Aliás todinho em cima disso. Tanto que de primeira é até esquisita a história da verdadeira obsessão da detetive Eve Polastri (Sandra Oh) com a serial killer Villanelle (Jodie Comer).

A primeira temporada obviamente apresentou essa relação e estabeleceu o jogo de gato e rato entre as duas. O roteiro se rendia a facilidades como para denotar a engenhosidade de Villanelle, o que aumentava o estranhamento, até diante de tantos elogios que a série vinha ganhando.

Mas a grande sacada da criadora Phobe Waller-Bridge (da genial Fleabag) é como a relação das duas é tão maior que um antagonismo policial, se adensando nas raias do erotismo homoafetivo. A complexidade dramática das personalidades complementares de Eve e Villanelle (ambas em atuações brilhantes) carrega a trama e mantém o interesse em suas reviravoltas.

A segunda temporada começa 30 segundos depois do fim da anterior. E dessa vez o roteiro introduz uma nova assassina. A trama interessa no início, mas logo é eclipsada pela dualidade harmônica das duas. A aproximação cada vez mais tenra e tensa de Eve com Villanelle dá a tônica da história, e proporciona os melhores diálogos, resultando em cenas ali entre o sombrio e o cômico.

Killing Eve consegue ser ainda melhor, pois para além de todos os pontos que agregam ao todo – fotografia, trilha sonora, edição, etc – a série consegue ser original pela perspectiva íntima de seus grandes trunfos: as atrizes/personagens.

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