Num pano de fundo que é a cidade do Rio de Janeiro, onde episódios de violência urbana, ação das milícias e outros desvios sociais próprios das grandes metrópoles que concorrem com as belezas naturais locais, o escritor e oftalmologista Almir Ghiaroni criou a trama de seu novo livro, o quarto em sua carreira, Sem luta não se vive pela Gryphus Editora, que combina todos esses ingredientes com uma paixão: o jiu-jitsu.
A partir de um acontecimento cotidiano – um assalto – visto de maneira casual pelo personagem Herculano Fagundes, da janela do ônibus em que viajava, um thriller policial se desenvolve.
Na ocasião do assalto, Patricia é ajudada por Herculano, motorista particular de origem nordestina e radicado no Rio após uma carreira no MMA, que a protege usando suas habilidades marciais. No livro, com rápidas palavras, o autor transmite a personalidade de cada um dos personagens, alguns de péssima índole. Ghiaroni consegue expor conflitos familiares, no caso os de Antonio Magalhães, empresário bem-sucedido da cidade, e de sua família constituída pela mulher Angelica e sua filha única Patricia, casada e mãe de duas filhas.
Almir procura dar destaque aos momentos de tensão, suspense e, em especial de justiça e amizade, sentimentos muito presentes em suas obras. A tessitura do livro é composta também por um zelo poético característico do autor.
No transcurso da narrativa, Ghiaroni deixa espaço para a redenção de um dos personagens. Usa para isto uma das áreas que acompanha com carinho, o kardecismo e seus pilares fundamentais, como a importância das vidas passadas, e o fato de que muitas coincidências podem não ser meros acasos.
Aficcionado por cinema, Almir narra o thriller através de imagens, fazendo com que suas histórias se entrelacem e que as ações de alguns interfiram na vida dos outros, criando uma cadeia de sincronicidades, o que é uma característica do autor desde seu primeiro romance, As Cores da Vida (2004). A respeito do título de seu livro, Sem luta não se vive, cuja expressão aparece de maneira recorrente na obra, lembrada sempre por Herculano, Almir conta que trata-se de uma frase dita por um de seus pacientes e que o marcou. “Quem abandona a luta nunca vai poder saborear o gosto da vitória”, conclui.
O livro conta com prefácio do acadêmico, escritor e professor Arnaldo Niskier e apresentação do médico Jorge Moll Filho.
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