Com duas ótimas participações no universo urbano da Marvel/Netflix, O Justiceiro gerou uma boa expectativa em relação à segunda temporada de sua série solo, mas acabou sendo uma grande decepção. Na sequência dos acontecimentos da temporada anterior, Frank Castle (Jon Bernthal) mudou sua identidade dada pela Agência de Segurança Nacional e está vagando pelos EUA tentando levar sua vida. Depois de conhecer uma mulher em um bar, ele acaba impedindo o assassinato de uma menina no mesmo local. No desenrolar de uma longa confusão, ele se junta à garota para tentar descobrir quem está por trás da perseguição. Ao mesmo tempo, um velho amigo de Castle, Billy Russo (Ben Barns), acorda do coma e vem atormentar a vida do vigilante. Com esse enredo meio capenga e cheio de motivações de personagens sem muita explicação, a série é construída. Entre seus diversos problemas, vamos analisar alguns.
Billy Russo, que deveria se tornar o vilão Retalho após o que Castle fez com seu rosto no final da primeira temporada, tem uma maquiagem pouco convincente, com algumas cicatrizes espalhadas pelo rosto (o ator ainda fica parecendo um galã com elas, o que faz perder uma das forças do personagem). Ele acorda do coma sem se lembrar dos motivos que o levaram até lá. Com a ajuda da sua terapeuta Krista Dumont (Floriana Lima), tenta se recuperar e inicia-se um óbvio e mal construído relacionamento entre eles. ´É introduzido outro vilão na série, John Pilgrim (Josh Stwart), um pastor obstinado e assassino sangue frio que está atrás da garota que Castle protege. O grande problema do personagem é que ele é apresentado logo de início e depois desaparece convenientemente durante boa parte da temporada, para aparecer quando fosse necessário. O jeito que ele é mostrado, como um obstinado a resolver as coisas, se perde nessa sumiço, uma vez que deveria estar ao encalço dos protagonistas o tempo todo. Temos também a agente Madani (Amber Rose Revah) que ajudou Castle a trocar de identidade e é obcecada por Russo e todo um trauma que ela passou com ele e que vai se arrastando ao longo dos capítulos.
O que salva a temporada são as cenas de ação. Jon Bernthal entrega muito bem seu Justiceiro tanto em seus tormentos quanto nas cenas de combate. A cena da luta na delegacia de polícia de uma pequena cidade é muito bem realizada, com tensão, emoção e muito tiroteio vindo de todos os lados. As cenas de embate corpo a corpo são muito bem coreografadas e bem construídas. O problema da temporada está na concepção da história em si, que a deixa muito arrastada.
Devido à inauguração do streaming da Disney nesse ano, as séries da Marvel estão sendo canceladas uma a uma, e talvez daqui algumas semanas devem anunciar o mesmo para O Justiceiro, que pode ter tido seu ato final em uma temporada bem fraca, mas com um ator que segurou bem o papel o tempo todo.
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