Foi com Simon Belmont que explorei o castelo de Drácula pela primeira vez, bem antes do filme homônimo do Coppola. Era no meu Nintendinho e tome chicote em tudo, era o máximo, joguei os três Castlevania que a Konami lançou para o NES. No terceiro, Dracula’s Curse, conheci o meio-vampiro Alucard que anos depois aparecia no que considero o melhor da franquia, o spin-off Symphony of the Night produzido para o Playstation Foram horas em locadoras, aquela incrível trilha sonora, as vozes dos personagens, a maneira de equipar melhorias e itens, era um jogo atemporal e está completando 20 anos neste 2017.
E veio agora a Netflix trazer uma adaptação animada do videojogo, e antes de opinar, minha nostalgia trazia a lembrança do toque artístico e sombrio que queria nesta série. Castlevania foi produzida por Kevin Kolde, Warren Ellis, Fred Seibert, Adi Shankar e animada pela Frederator Studios.
Castlevania narra os acontecimento que desencadearam o ódio do conde Drácula pela humanidade, como também desenvolve a história de Trevor Belmont, caçador de monstros e último membro do clã Belmont, que se aventura pelo mundo. Os dois tramas são os fios condutores da série e não foi feito só para os fãs ou para quem jogou, dá para desfrutar os capítulos sem ter conhecimentos prévios.
Apesar da minissérie contar com alguns personagens estereotipados, acerta em mostrar que o vilão principal não é malvado só porque quer, dando uma razão lógica para seus atos e não o transforma no típico antagonista. A animação que encontramos nesta adaptação, com um estilo clássico e que se utiliza das tonalidades de cores de uma maneira bastante interessante. Há vários momentos sangrentos por sinal, por isso não é recomendável para todo público, mas não abusa destas cenas, ao mesmo tempo que tem vários momentos de ação, como um toque de humor de vez em quando.
O politicamente correto passa longe nesta animação, ambientada no século XV, o jogo do poder da Igreja sobre as pessoas nessa época é muito palpável e conseguiram ambientar corretamente o contexto. Ao ser uma adaptação do videojogo ‘Castlevania’, o qual está ao mesmo tempo baseado no livro de Bram Stoker, encontraremos o uso de várias criaturas mitológicas e de origem fantástico como ciclopes, bruxas e vampiros, ou seja tem muito material para criar seus personagens.
Apesar do humor, há cenas trágicas, bem gore, numa temática adulta. Os personagens secundários não tem tanta importância na série, mas seguramente serão mais desenvolvidos na segunda temporada. Há vários deles que atuam de uma forma bastante típica, mas há motivações e histórias prévias fazem deles personagens interessantes e com certeza terão suas histórias mais desenvolvidas no futuro.
Lamentavelmente a primeira temporada só tem 4 capítulos e cada episódio possuem uns 23 minutos de duração, cada – pouco mais de duas horas bastam para assistir a série – e consegue apresentar seus personagens, o contexto e seu vilão principal. O fim da temporada me deixou ainda mais ávido pela continuidade e afortunadamente já foi confirmado a segunda temporada com 8 episódios. Para finalizar, ‘Castlevania’ entretêm, não tem receio de mostrar conteúdo violento, possui uma estética de animação que agrada muito, uma história atraente e um vilão como o conde Drácula. O que se pode pedir? “Die, monster! You don’t belong this world!!!” Em definitivo, a melhor série animada no momento. Assistam, recomendadíssimo.
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