Crítica: ‘Um Dia de Chuva em Nova Iorque’ – Um dia de romance, surpresas e nostalgia

Embalados pela antiga canção “Got Lucky in the Rain” cantada pelo saudoso Bing Crosby, somos apresentados a um jovem casal de estudantes, Gatsby Welles “Timothée Chalamet” e Ashleigh Enright “Elle Fanning”, que planejam um fim de semana romântico na cidade de Nova Iorque.

Um Dia de Chuva em Nova Iorque (A Rainy Day in New York, EUA – 2019) é mais uma obra do renomado diretor Woody Allen, conhecido por seus filmes que retratam de forma única e sarcástica a vida e relacionamentos contemporâneos. Nesse longa, acompanhamos a história do jovem casal que são pegos de surpresa pela chuva na cidade que nunca dorme. A trama aborda temas como amor, amizade e ambição, enquanto os personagens se envolvem em situações inesperadas e encontros surpreendentes ao longo do dia.

A narrativa do filme se desenrola de forma leve e descontraída, repleta de diálogos inteligentes e humor sutil característicos do estilo de Woody Allen. O diretor se destaca na construção dos personagens, dando-lhes carisma e audácia típica da juventude de vinte e poucos anos, o que torna fácil para o espectador se identificar com suas lutas e dilemas. Os atores Timothée e Elle entregam performances cativantes, trazendo à vida Gatsby e Ashleigh de forma natural. Além dos protagonistas, o elenco de apoio também se destaca, com boas atuações de nomes famosos como Jude Law, Selena Gomez e Diego Luna.

No filme Nova Iorque é retratada como uma cidade vibrante e cheia de possibilidades, mas também pode ser um lugar solitário e excludente. Quando Gatsby circula pelas ruas chuvosas, se depara com uma série de personagens excêntricos que o fazem questionar suas próprias crenças e valores.

Assim como em “Café Society” (2016), “Um Dia de Chuva em Nova Iorque” é uma homenagem à saudosa era de ouro de Hollywood, como por exemplo, na fotografia de Vittorio Storaro, que já trabalhou em outras obras de Allen, aqui ele consegue captar a mesma forma poética ao criar uma atmosfera nostálgica de Nova Iorque. O cineasta utiliza cores em tons pastel e amarelados para transmitir o glamour da estética vintage. O longa-metragem se passa em locações icônicas da cidade como, o Metropolitan Museum of Art e o Central Park, e também nos apresenta várias referências a filmes e artistas de época.

A trilha sonora em Jazz ajuda a criar o clima romântico e melancólico do filme, pois traz uma dimensão emocional ainda maior para as situações vividas pelos atores. As músicas escolhidas estão em perfeita sintonia com a história e ajudam a construir a identidade do longa-metragem. Porém, a obra pode não agradar a todos os espectadores, principalmente aqueles que não apreciam o estilo característico de Woody Allen. Além disso, o roteiro pode parecer um tanto previsível em alguns momentos, o que pode tirar parte do encanto do filme.

Eu escolhi não falar sobre a vida pessoal de Woody Allen para escrever esse texto. Me reservei a opção de abordar exclusivamente a obra cinematográfica do diretor e mais especificamente do filme Um Dia de Chuva em Nova Iorque.

O longa-metragem está disponível nas plataformas de streaming.

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