Death Note: Um filme fraco e uma péssima adaptação

Por nunca ter tido contato com o material original resolvi conferir primeiramente ao novo filme do selo original da Netflix, Death Note, e só depois fui assistir alguns episódios do anime que também estão disponíveis no serviço de streaming. Só conhecia mesmo o mote principal. O produto vem envolto em uma aparente qualidade de produção com uma história um pouco apressada, que poderia ter mais coisas a serem exploradas. Ao assistir os primeiros capítulos na sua versão animada, ficou clara a reclamação dos fãs pela internet. As mudanças dos personagens principais são tão profundas, que parecem vir de universos totalmente diferentes e algumas alterações feitas na estrutura da história (principalmente em relação às regras do livro), tornam a película muito inferior ao material original.

A história de “Death Note” começa quando Light Turner (Nat Wolff), um estudante, recebe um caderno no qual ele pode matar qualquer pessoa, desde que saiba seu nome completo e como é o rosto dela. Esse livro pertence a um Shinigami (um demônio espiritual japonês) conhecido como Ryuk (Jason Liles), que acompanha o personagem. Light resolve usar o livro para matar os criminosos no mundo todo, só que a polícia começa a investigar essas mortes, e o caso vai parar na mão do maior detetive do mundo, conhecido apenas como L (Lakeith Stanfield).

As mudanças feitas para o filme são mal executadas. As mortes dos criminosos no anime são todas por ataque cardíaco, enquanto no filme, são todas executadas com muito sangue e maneiras diferentes. Isso muda a ideia de como a polícia poderia associar todas essas mortes a uma única pessoa. Quando se modifica que se não escrever a causa da morte no livro, essa será por ataque cardíaco, para que quem escolherá que tipo de morte será Ryuk, perde essência da trama. Isso para não mencionar as mudanças dos próprios personagens. Light é um aluno brilhante, que tem ideias geniais para solucionar os problemas que vão ocorrendo e que tem uma ética muito forte, no filme é visto como quase como um gênio incompreendido e totalmente desonesto.

As escolhas que o roteiro tem, além de modificar muito da obra original, são fracas e equivocadas. Enquanto o anime tem o protagonismo claro no duelo entre Light e L, eles encaixam uma namorada para o personagem de Light que quebra esse sentido, quase a tornando uma protagonista maior que ela deveria ser. Isso empalidece Light como personagem, mostrando-o como um fraco e indeciso, diferente do brilhante e decido da matriz.

Por fim, minha nota para “Death Note” terá duas medidas dentre as quais você poderá escolher. Enquanto filme em si (ou seja, para você que apenas assistirá a ele, sem ter visto material original) seria uma nota de duas estrelas e meia. Agora, como um produto de adaptação, é uma nota é uma estrela mesmo.

Filme: Death Note (Idem)
Direção: Adam Wingard
Elenco: Nat Wolff, Lakeith Stanfield, Margareth Qualley
Gênero: Drama/Thriller
País: EUA
Ano de produção: 2017
Distribuidora: Netflix
Duração: 1h 41min

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