Pen é um jovem que deseja se tornar um caçador de dragões. Por ventura ou por azar mesmo, acaba matando um dragão sagrado. E tudo muda, se torna um pária em sua aldeia, por carregar uma maldição, terá que fugir de seus familiares e terá como mentor, um velho louco.
Eis a sinopse de Pen Dragon, um mangá, ou melhor, manfra – quadrinho no estilo mangá desenvolvido na França, foi o que pesquisei – uma reinterpretação de várias lendas ocidentais com a abordagem do quadrinho oriental.
Argumentado e ilustrado por Mika, um autor que por muitos anos apresentou seus projetos baseados no estilo mangá, mas as editoras francesas ainda não estão abertas a esta nova forma de expressão, passou assim, um período voltado para um estilo mais tradicional, franco-belga, entre os quais belíssima e inédita Les larmes de fées (As Lágrimas das fadas).
Após uma viagem ao Japão, onde mangakas explicam o processo criativo e fazem críticas construtivas, retorna a França e é convidado para a Shogun, uma coletânea de histórias no estilo mangá. Foi por lá que surgiu Pen Dragon, por aqui, publicada pela Alto Astral, com duas edições já publicadas que mostram o início da saga de Pen, sua infância e como ele enfrentará seus medos.
Como o primeiro trabalho de Mika, é nítido que o desenvolvimento da história será de muita ação e aventura, algo que sai muito, mas o diferencial está na mistura de cultura celta com cultura japonesa. Lembra muito Dragon Ball e Naruto, pelos personagens e narrativa, mas com um interessante estilo pessoal, que poderá agradar os saudosistas dos primeiros dias dos personagens principais das duas séries (Goku e Naruto).
Pen é um personagem desastrado e engraçado que irá percorrer um difícil caminho para se tornar o principal guerreiro de todo o cenário.
A história é bastante simples, mas agradável, mesmo que não esteja entre as melhores do gênero, vale pelo que representa ao autor. O primeiro volume só introduz o cenário e tudo que irá acontecer na história. Pen, não tem dinheiro para ajudar a mãe que está doente e tampouco para se tornar um caçador de dragões, um exercício que todo jovem passa em sua cidade.
Fraco e humilhado, ele acaba matando um Ora (um dragão considerado sagrado) e acaba se condenando ao exílio e a uma maldição. Encontra um velho louco, que se torna seu mentor e parte em busca de treinamento e recompensas para limpar seu nome, enquanto é caçado por os caçadores de sua cidade, cavaleiros e os dragonites, humanos que foram amaldiçoados como ele e se tornaram dragões do mal.
A atmosfera, obviamente, lembra muito Dragon Ball mas segue para um Dragon Quest. Todavia, o autor homenageia muito Akira Toriyama, da capa ao cenários, mesmo alguns personagens seguem o estilo do mestre japonês.
A narrativa é linear, sem muitas reviravoltas, mas com flashbacks que explicam os personagens, mas nada do cenário, só detalhes e trejeitos sociais que são colocados sem uma base inicial. Pode ser uma boa estratégia, mas que deixa alguns leitores com perguntas demais ou mesmo perdidos.
Para uma primeira tentativa, posso dizer que a tentativa foi bem-sucedida. Engraçado o suficiente, rítmico, pode ser que não seja tão original, mas vale dar uma emulada neste mangá de leitura ocidental.
Pen Dragon é uma aposta para quem queira se divertir rapidamente, pois em um triz as cem páginas do título se acaba. A Alto Astral está trazendo novidades para o mercado e com esse manfra pode ser que traga mais novidades por aí. Por fim, aguardo o desenrolar da narrativa para dar um veredicto final. Boa Leitura.