Em noite irregular, Rock in Rio teve um Djavan ineficiente e um show para ficar na história do festival
O penúltimo dia do Rock in Rio 2022 foi mais um que misturou shows médios e momentos épicos.
Um Djavan que não funcionou
Um dos maiores cantores e compositores da MPB, Djavan abriu a noite – que ainda teria
Bastille, Camila Cabello e Cold Play – com um festival (desculpem a repetição) de sucessos.
Era um jogo praticamente ganho, mas o público (apenas razoável) que acompanhou a apresentação viu um show que não funcionou muito bem para um espaço tão grande quanto o Rock in Rio.
Na sua primeira participação no RIR, Djavan recorreu aos seus grandes sucessos, mas aos 73 anos, deu mostras que o tempo já pesa.
Não foram poucos os momentos nos quais teve dificuldade em se manter no tom (em “Se” ele chegou a esquecer uma parte da letra).
Em pouco mais de 1h, o alagoano praticamente só cantou as músicas que todo mundo sabe cantar e conseguiu um coro da plateia em quase todo o tempo.
Do início com “Sina” até “Iluminado”, passando por “Acelerou”, “Oceano”, “Flor de Lis” e “Açaí”, o astro mostrou a força da sua obra.
Como dito, não foi uma apresentação que funcionou bem (dos figurinos a disposição dos músicos no palco, passando pelas derrapadas musicais), mas não tem como um show de Djavan ser ruim. Só é preciso ajustes para que ele funcione em um espaço tão grande e que está sempre ávido por animação, mais do que de musicalidade.
Bastille não esquenta
A segunda atração da noite, a banda britânica Bastille, foi outra atração (assim como Djavan) que causou estranheza ao ser anunciada.
A banda tem um repertório com praticamente apenas dois hits (“Happier” e “Pompeii”), mas o pop eletrônico do grupo nunca pareceu muito talhado ao Palco Mundo e foi isso que se comprovou.
Para piorar, o Bastille estava na noite do Cold Play, que tem um som muito (e público) muito diferente do seu e enfrentou uma chuva que em nada ajudou a reação da plateia.
O resultado foi uma apresentação que pareceu não ter esquentado o público e ter incomodado os integrantes da banda.
E olha que o vocalista Dan Smith se esforçou arranhando até um português para ganhar a plateia.
Novamente, não foi um show ruim, mas esteve longe dos melhores apresentados no Palco Mundo.
De Cuba para o Rock in Rio
Outra estreante no festival, a cantora cubana Camila Cabello se esforçou muito para agradar, mas a chuva parecia mesmo ter esfriado o público.
Falando várias vezes em português (com alguns erros) e recebendo convidados como Biel Do Furduncinho, Bianca e L7nnon – no funk “Ai preto” – e a argentina Maria Becerra – “Hasta los Dientes” – a cantora fez de tudo para esquentar a plateia molhada.
Ah, teve também o problema do som (baixo e meio embolada), mas isso já tinha virado uma certa rotina para quase todos os artistas.
Ela dançou (emulando Anitta), mostrou uma boa voz (quando conseguia ser ouvida) e muita vontade.
Mais uma vez, não foi um show ruim, mas não teve a “grandeza” de um Palco Mundo.
Saiba como foi o Cold Play no próximo texto.
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