A Netflix finalmente lançou a segunda temporada de The Witcher após dois longos anos de espera. Uma aposta do streaming que está dando o que falar, a série baseado na série de livros de mesmo nome de Andrzej Sapkowski, já foi renovada para uma terceira temporada, meses antes do lançamento e com um filme em animação (The Witcher: Lenda do Lobo), uma prequência e uma série animada para as crianças em desenvolvimento.
Analisaremos essa segunda temporada; lembrando da promessa que teríamos uma estrutura narrativa diferente, um dos aspectos mais criticados da primeira temporada, The Witcher retorna com a lição aprendida e oferecendo uma melhora clara em relação ao que chegou às nossas telas em dezembro de 2019.
Análise
A segunda temporada é muito mais fácil de acompanhar, pois não há acrobacias narrativas que possam confundir o espectador. Existem simplesmente duas linhas narrativas diferentes. De um lado temos Geralt (Henry Cavill) e Ciri (Freya Allan) fortalecendo seu vínculo após o esperado encontro que ocorreu no final da primeira temporada, e de outro Yennefer (Anya Chalotra) fazendo o que pode para conseguir sair de situação hostil.
O universo de The Witcher cresceu, tanto em termos de motivações e ações dos personagens conhecidos, como apresentando uma infinidade de novidades. A série transmite uma energia diferente nos dois enredos que seguimos, mas continua influenciando seu componente de aventura com um forte elemento de fantasia. Além disso, não temos perigos isolados, mas uma intenção por por trás que vai se desdobrando aos poucos, nos preparando para algo maior.
Tudo na série é mais global e abrangente, em especial quando se concentra na personagem de Chalotra, já que se aprofunda na situação do Continente, dos elfos e de outros aspectos políticos. A 2ª temporada aumenta a intensidade do elo fantástico, dando mais importância a coisas como destino, profecias e todos os tipos de dispositivos que são comuns em histórias de fantasia.
É inegável o crescimento dos personagens. Um Geralt muito mais falador sem deixar de ser o bruxo que conhecemos; Ciri é a personagem com uma evolução mais clara e interessante nesta segunda temporada; e Yennefer é a âncora de uma subtrama que poderia facilmente se tornar pesada, mas acaba sendo um fio narrativo bastante sugestivo.
Subtramas necessárias, e que ganham vigor e fazem com que não se consiga parar de assistir aos últimos episódios. No entanto, tudo é melhor quando gira em torno dos três protagonistas. Dos recém-chegados, certamente Vesemir, mas que promete na continuidade.
De resto, a segunda temporada da série tem realização superior tanto na narrativa como no visual. A história é mais clara e há um bom equilíbrio entre as diferentes histórias que conta. No visual, The Witcher já teve momentos muito bons na primeira temporada, mas aqui há uma consistência que faltou àquela, sem sacrificar a criação de monstros muito poderosos, tanto em termos de design como de ambientação.
No final, The Witcher conseguiu equilibrar satisfatoriamente uma trama contínua, interessante e fácil de seguir com o lado mais episódico de aventura. Em contrapartida, talvez o humor tenha menos presença, sendo o quarto capítulo o que mais nos alegra. Um dos melhores títulos da plataforma, e que deixa a história em um ponto que a curiosidade nos consome sobre o que virá no terceiro.
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