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Amanda Zanotti luta por igualdade e acesso aos direitos fundamentais em territórios periféricos

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A jovem militante – que também é  presidente da UJB, líder comunitária e integrante ativa da Gaviões da Fiel – coleciona vitórias como a conquista do wi-fi e ar-condicionado no transporte público, implantação do Programa Fluxo Legal do Funk e ônibus 24h pra quebrada em 2015

A trajetória de Amanda Zanotti, presidente nacional da União da Juventude Brasileira (UJB) e representante da Secretaria de Mulheres do PT-SP, vai além das esferas políticas e partidárias. Ela se destaca como uma liderança que não apenas representa, mas, sobretudo, encarna a luta por igualdade e acesso aos direitos fundamentais em territórios periféricos.

Integrante ativa da Gaviões da Fiel desde os 13 anos, Amanda propõe uma atuação visionária. Ao fundar um grupo de mulheres na torcida, visava garantir espaço e respeito para as jovens torcedoras, alcançando conquistas significativas e demonstrando a importância da presença feminina em ambientes historicamente masculinos. “Eu acredito que é importante a gente se impôr como mulheres, mas que o principal é estabelecer diálogo. O esporte é a ferramenta de educação mais poderosa que existe, é um espaço de formação de identidade e comunidade. Criando esse grupo de “pioneiras da linha A” a gente mostrou na prática que o futebol é fundamental no fomento à equidade”, diz Amanda.

Formada em logística, Zanotti canaliza sua inspiração a partir da dedicação de seus pais em proporcionar uma vida melhor para a família. Essa inspiração se traduz em uma luta constante para melhorar as condições de vida na periferia, com a conquista de avanços tangíveis, como a implementação de wi-fi e ar-condicionado nos ônibus, proporcionando mais conforto e conectividade para a população.

A batalha de Amanda pela inclusão digital não se restringe aos transportes públicos. Ela esteve à frente da iniciativa para disponibilizar acesso à internet em praças públicas, reconhecendo a importância da conectividade como um catalisador para o desenvolvimento das comunidades.

Essa atuação transcende discursos vazios, manifestando-se em ações concretas que impactam positivamente a vida das comunidades através de iniciativas que buscam promover igualdade e acesso a direitos fundamentais.

Outro destaque em sua atuação é o Programa Fluxo Legal do Funk, uma resposta direta à demanda por opções de lazer na juventude periférica. Amanda entende que o acesso à cultura é essencial para construir identidade e fortalecer laços comunitários. “Quando eu dou estrutura, horário e segurança pra esses movimentos acontecerem, eu tô protegendo o jovem que frequenta, os moradores e os comerciantes da região. A economia criativa é um dos maiores motores de crescimento econômico do país, por que seria diferente na sua cidade mais rica? Quando a gente legaliza o funk, derruba o preconceito que impede que a periferia impulsione e goze desse crescimento”, completa.

Em seu movimento #FalaPeriferia, Amanda amplifica vozes e denúncias, proporcionando um palco para a comunidade expressar suas demandas. Essa iniciativa, apoiada por lideranças de esquerda como Guilherme Boulos, destaca-se por valorizar artistas periféricos e engajar a comunidade nas pautas políticas que afetam diretamente suas vidas.

Diante dos desafios enfrentados diariamente nas periferias, Amanda Zanotti emerge como uma líder que não apenas fala sobre igualdade e inclusão, mas que, por meio de suas ações, molda um caminho tangível em direção a um futuro mais justo e acessível para todos. “Ninguém segura uma mulher determinada a dar uma condição melhor pra si e pra sua família. Só que quando ela passa a se enxergar como um ser político, essa potência transformadora se eleva”, finaliza.

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