Skyfall é o 23º filme de James Bond e, com 50 anos de história, a série já começava a dar mostras da necessidade da renovação. Ainda assim, renovação no caso de James Bond é mais uma volta a suas origens, uma homenagem ao charme e elegância da série, mas com os mesmos e repetidos erros dos demais filmes.
Como todo bom 007, Skyfall, começa com uma grande cena de ação envolvendo uma perseguição e após isso, uma abertura muito bem feita ao som da cantora Adele.
Sendo um filme de espionagem, quanto menos expor a trama, melhor. Ainda assim, há de se levar em conta que este não é um filme apenas de James Bond mas sim, de todo MI 6 (Agência Secreta para o qual Bond trabalha).
M (Judi Dench), a chefe do grupo está em maus lençóis após uma lista com os nomes dos principais agentes da organização cairem nas mãos inimigas e começarem a ser divulgados pela internet. Mallory (Ralph Fiennes), o diretor da organização perante o governo inglês exige uma atitude senão a organização será fechada permanentemente.
Bond (Daniel Craig) então deve descobrir o paradeiro da lista, que ele falhou em conseguir no começo do filme. A partir daí só vemos reviravoltas e alguns pontos um tanto quanto falhos neste filme que não tem nada de curto (143 min).
A direção de Sam Mendes perde muito sua força nas cenas de ação, especialmente no terceiro ato do filme que, talvez em razão do roteiro, fica um tanto quanto pálido. É como se todo o filme, bem desenvolvido e cheio de cores se tornasse sem graça, acromico, como o cenário das cenas finais.
O vilão de Javier Bardem é uma incognita. Pode-se acusar o personagem de esquizofrenia, dada a sua variação de humores e métodos, mas ao mesmo tempo, o modo de desenvolver seu plano é um tanto quanto inconsistente e, por mais que o roteiro tente fugir da mesmice dos vilões de antigamente, há diversos aspectos que lembram por demais o Satânico Dr. No (primeiro filme de Bond) e outros vilões megalomaníacos.
Ainda assim, a interpretação de Bardem é espalhafatosa e com todos os trejeitos perfeitos para desconcertar não só a James Bond mas como a toda plateia. Somando-se a ele, temos a ótima adição de Ben Whishaw (Perfume – A História de um Assassino) como Q, o mestre em tecnologia do MI 6, que ajuda Bond em sua missão. Além disso, os termos Q e M, muito usados na série, são explicados para aqueles que são novos para a franquia.
A série de filmes de James Bond irá continuar mas, as mudanças apresentadas neste filme com certeza irão marcar a franquia de forma a se imaginar que a mesma está em vias de respirar novos ares.