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7 imitações mais descaradas de Star Wars (e menção honrosa nacional)

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Hoje, 25 de maio, é o Dia do Orgulho Nerd. A data foi escolhida por ser o Dia da Toalha comemorado pelos fãs de O Guia do Mochileiro das Galáxias e também por ser o dia da estreia do primeiro Star Wars em 1977. Na data de hoje, há 41 anos, estreava a maior saga da História do cinema. E, como é de praxe na sétima arte, quando algo faz sucesso surgem logo os produtos genéricos. Com o filme de George Lucas não podia ser diferente. Uma enxurrada de imitações baratas invadiu os cinemas do mundo inteiro entre 1978 e 1983. Nesse aniversário da franquia – que tem filme novo estreando nesse final de semana, o spin off Han Solo: Uma História Star Wars – trouxemos aqui sete ripoffs mais desavergonhados de Star Wars e uma menção honrosa nacional. Confira abaixo.

Message From Space (Uchu kara no messeji, Japão/1978)

Aqui foram os japoneses que quiseram ter um Star Wars para chamar de seu. A Toei Company, produtora de Tokusatsus como os metal heroes e as séries sentai, empreendeu “Message From Space”. Aqui também há uma princesa em apuros e um robozinho fofo. Mas já tinha um equivalente a “Yoda” antes  mesmo de o personagem ter sua primeira aparição (caberia perguntar quem copiou quem?). Para uma produção b, os efeitos são até convincentes, mas há algumas decisões bem constrangedoras na direção de arte e figurinos.

Starcrash (Itália/1978)

Começamos aqui com um bem trash. A produção escrita e dirigida pelo italiano Luigi Cozzi é uma space opera mistura (d)efeitos especiais, robôs, aliens bizarros e… mulheres seminuas. Isso fora as atuações canhestras e absurdos na trama. A luta contra uma robô gigante (!!!) é ímpar. Na trama, uma contrabandista e seu companheiro alienígena são recrutados pelo Imperador da Galáxia para resgatar seu filho e destruir uma arma secreta do malvado Conde Zarth Arn.
Assim como Uma Nova Esperança, filme também teve locações na Tunísia. Cozzi afirma que escreveu o script antes de o filme de George Lucas ter sido lançado. O diretor nunca assistiu a Star Wars, mas tinha a novelização em sua estante. Vale lembrar o planeta gélido apresentado dois anos antes de Hoth. O elenco trazia Christopher Plumer no papel do Imperador (sim, até isso tinha), David Hasselhoff e a exuberância de Caroline Munro. “Starcrash” fez parte de uma onda de ripoffs de Star Wars que tomou o cinema italiano de assalto no final dos anos 70.

Dünayi Kurtaran Adam (Turquia/1982)

Esse aqui conseguiu ser tão cara de pau que roubou trechos de Star Wars e simplesmente os inseriu. A Fox tomou conhecimento, mas ficou tão perplexa que sequer tomou uma iniciativa de processar. E a Disney provavelmente também acha que não vale a pena. A explicação para a trapaça é que os cenários e naves espaciais construídos em uma praia turca foram destruídos por uma tempestade antes do início das filmagens. O estúdio se recusou a financiar a reconstrução dos sets e não queria atrasar o lançamento do filme, deixando os produtores sem nenhuma maneira viável de criar novas imagens de batalhas espaciais. Daí, o diretor Çetin Inanç resolveu o problema subornando o vigia noturno de um distribuidor de filmes turco para que lhe emprestasse uma cópia de Episódio IV, que foi copiada às pressas da noite para o dia. Na trama, dois cadetes espaciais pousam em um planeta deserto, onde um bruxo malvado busca o poder supremo para dominar o mundo.

O Buraco Negro (The Black Hole, EUA/1979)

Uma das portas que se fecharam na cara de George Lucas quando ele buscava um estúdio para produzir seu filme foi a Disney. Achava que não iria vender brinquedo. Após o enorme sucesso que poderia ter tido em mãos, era natural que o estúdio quisesse correr atrás do prejuízo. Pelo menos tentou com “O Buraco Negro”. Dois anos depois de “Uma Nova Esperança”, a Casa do Mickey embarcou na onda de ficção científica e trouxe essa produção dirigida por Gary Nelson (da série Agente 86) sobre um navio de pesquisa encontra um navio desaparecido, comandado por um misterioso cientista, na beira de um buraco negro. De todos é o que pode ser considerado um filme “A”. Teve um orçamento de 20 milhões de dólares.
Apesar do tom mais próximo de Star Trek do que de Star Wars, ali estavam o robô engraçadinho, concepção visual que inegavelmente remetem ao sucesso de George Lucas, seja nos robôs à la Vader, nas naves e nos interiores. Curiosamente o filme vai ficando mais sombrio a medida que a trama avança. E há também referências bíblicas. Nelson faria em 1986 outro ripoff de uma produção da Lucasfilm. Seu Allan Quaterman e a Cidade do Ouro Perdido tem como “influência” Indiana Jones. è curioso ouvir essa história hoje, quando a Disney tem Star Wars entre seus produtos. Mas há os rabugentos que acham que esses novos filmes não deixam de ser ripoffs…

Space Munity (África do Sul/1988)

Assim como “Dünayi Kurtaran Adam”, “Space Munity” se valeu de cenas surrupiadas. No caso foram do seriado “Galatica”.  A produção também driblou os  parcos recursos economizando em cenários. Galpões eram usados como áreas do interior de naves (!!!). Isso sem falar em diálogos importantes cortados no meio, PCs como computadores futuristas. A cantina de Mos Eisley encontrou sua contraparte em uma boate para lá de bizarra. Foi lançado com um certo atraso, dez anos depois da onda de ripoffs.

Mercenários das Galáxias (Battle Beyond the Stars, EUA/1980)

Roger Corman já estava interessado em fazer uma space opera de baixo custo. E realizou “Mercenários da Galáxia”. Na verdade o que Corman fez foi uma transposição de “Os Sete Samurais” para o espaço. Assim como John Sturges fez com “Sete Homens e um Destino”, que adaptava a obra de Akira Kurosawa para o contexto do Velho Oeste.
Conhecido por filmes baratos, Corman conseguiu um orçamento de 2 milhões. Uma verdadeira superprodução para seus padrões. É interessante que o filme tinha em seus créditos alguns nomes bastante promissores. James Cameron assinou efeitos especiais e direção de arte, e a trilha sonora é de James Horner. E Corman ainda reutilizou os cenários em outro ripoff produzido por ele, Fugitivos das Galáxias, de 1983.

O Humanoide (L’umanoide, Itália/1979)

É curioso constatar que alguns desses ripoffs tinham uma certa ambição além de apenas pegar carona no megassucesso da Lucasfilm. Nessa produção italiana quem assina a trilha sonora é ninguém menos que Ennio Morricone. O diretor de fotografia era Silvano Ippoliti (Sodoma e Gomorra e Calígula). O filme gira em torno do plano diabólico do malvado Graal, que com a ajuda do louco Dr. Kraspin cria um soro capaz de transformar uma pessoa comum em um soldado perfeito. Eles testam esse produto químico no piloto Golob, transformando-o em um autômato irracional indestrutível com força sobre-humana. O objetivo é criar um exército de humanoides e tomar o governo de Metrópolis de seu irmão.
As “influências” de Star Wars estão em toda parte. Capacetes vaderesque nos vilões, nave gigantesca passando logo no início do filme, créditos iniciais e um prólogo subindo no espaço, o robô-cão de Golob, que lembra muito o R2D2, figurino da mocinha, um garoto de quimono, planeta de areia… Sem falar que o diretor Aldo Lado assina como “George Lewis”. Talvez ele tenha achado que soando parecido, teria o mesmo sucesso. E por coincidência (ou oportunismo) a Rede Manchete, primeira emissora a passar Star Wars no Brasil, passava esse aqui também, na mesma época.

Menção Honrosa: Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (Brasil/1979)


Não podíamos terminar essa matéria sem lembrar de “Os Trapalhões na Guerra dos Planetas”. Não é um ripoff e sim uma sátira. Mas foi o nosso representante na onda Star Wars do final dos anos 70. Vale lembrar que esse foi o primeiro filme dos Trapalhões que contou com a formação completa simultânea dos quatro humoristas que consagraram o grupo. Na trama, o príncipe Flick (Pedro Aguinaga), um Luke Skywalker tupiniquim e seu copiloto Bonzo (um primo desfavorecido de Chewbacca) pede ajuda aos Trapalhões para salvar o seu planeta do malvado Zuco (Carlos Bucka), um cospobre de Darth Vader. Ficou conhecido nos EUA como Brazilian Star Wars. É um exemplar de uma época em que não existia cinema de gênero no Brasil e só os Trapalhões tinham coragem de fazer, ainda que na base da paródia.

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