Em meio ao caos político no Brasil de 2016, os estudantes secundaristas se unem aos movimentos sociais e tomam as ruas em protestos. Testemunhando um golpe de estado, o Jovem Hamlet (Fredericco Restori) tem de enfrentar seus maiores fantasmas, sua transformação em adulto e seu lugar na sociedade.
“Hamlet”, premiado longa do cineasta Zeca Brito, ganha sessão-debate em São Paulo no Reag Belas Artes (Rua da Consolação, 2.423), Sala 6, no dia 26 de março de 2024, terça-feira, às 20h. Os ingressos custam R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira), disponíveis no site do cinema e na bilheteria. Diretor e equipe participam de bate-papo ao fim da exibição.
A produção gaúcha conquistou cinco Kikitos no último Festival de Cinema de Gramado, além do prêmio de melhor direção no Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires (FIDBA) e menção honrosa no festival português Cine Marginal.
“Vejo Hamlet como um ensaio poético/político do golpe de 2016, elaborado com distanciamento histórico, que busca refletir sobre o papel dos movimentos sociais e das lutas estudantis na construção da democracia”, resume Zeca Brito, que também é roteirista e produtor deste que é seu oitavo longa.
O realizador combina os gêneros de ficção e documentário para retratar uma sociedade dividida entre a cartilha ditada pelas elites e a reflexão da própria ação dos movimentos sociais. “‘Hamlet’ é um filme híbrido, em que a realidade é interposta por improvisações. Os limites da direção se confundem na dramaturgia criada pelo ator frente ao real, um filme de cumplicidade em benefício da linguagem”, conclui.
Segundo o cineasta, seu filme explora o dilema do existir como ser político em meio à desconstrução da democracia brasileira da segunda metade da década de 2010 até hoje. “A dúvida do protagonista fica entre assumir a ação, tomar as rédeas da vida e escrever o próprio destino ou entregar-se aos rumos da história”, delimita Zeca.
O crítico Lucas Furtado Isaias do site Cinema para Sempre escreveu sobre o filme: “Hamlet (…) consegue passar o seu recado e as suas visões, mas também traz um novo olhar sobre um dos movimentos que mais agitaram o intenso ano de 2016”. Para Victor Hugo Furtado, do Papo de Cinema, “Hamlet se sobressai não somente por sua clara inventividade, mas também pelas convicções que resistiram ao tempo”.
Rodado em abril de 2016 em Porto Alegre, o longa traz em seu elenco o crítico a ator Jean-Claude Bernardet, Marcelo Restori e uma participação especial da ex-presidenta Dilma Rousseff. O diretor também assina produção (junto com Clarissa Virmond, Frederico Ruas e Tyrell Spencer) e roteiro (dividido com Ruas). A produção é da Anti Filmes, com coprodução da Galo de Briga Filmes.
Serviço
Sessão-debate: Hamlet – São Paulo/SP
Onde: Reag Belas Artes (Rua da Consolação, 2.423) – Sala 6
Data: 26/03 (terça-feira)
Horário: 20h
Valores: R$ 15 l R$ 30 – no site e na bilheteria
Ingressos: cinebelasartes.com.br/programacao/sessao-debate-hamlet
Classificação indicativa: 12 anos.
Ficha Técnica
Hamlet | Híbrido de Ficção e Documentário | 87 min | P&B | Brasil | 2022
Elenco: Fredericco Restori, Jean-Claude Bernardet e Marcelo Restori;
Participação especial: Dilma Rousseff;
Produção executiva: Clarissa Virmond, Frederico Ruas, Tyrell Spencer e Zeca Brito;
Direção de produção: Maria Elisa Dantas;
Fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito;
Montagem: Jardel Machado Hermes;
Supervisão de pós-produção: Tyrell Spencer;
Desenho de som e Mixagem: Tiago Bello;
Trilha sonora original: Rita Zart;
Roteiro: Frederico Ruas e Zeca Brito;
Direção: Zeca Brito;
Empresa Produtora: Anti Filmes;
Coprodutora: Galo de Briga Filmes.
Sobre Zeca Brito
Zeca Brito é cineasta, atuando como diretor, produtor e roteirista. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduado em Realização Audiovisual pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) e em Poéticas Visuais pela UFRGS. Foi diretor do Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul (2019-2023).
Dirigiu e roteirizou curtas e longas-metragens exibidos e premiados no Brasil e no exterior. Seus longas são: “O Guri” (2011), “Glauco do Brasil” (2015), “Em 97 Era Assim” (2017), “A Vida Extra-Ordinaria de Tarso de Castro” (2018), “Grupo de Bagé” (2018), “Legalidade” (2019), “Trinta Povos” (2020), “Hamlet” (2022) e “Arte da Diplomacia” (2023).
Filmografia:
- Um Breve Assalto (2009, 12′);
- Aos Pés (2009, 18′);
- O Sabiá (2011, 15′);
- O Guri (2011, 94′);
- Glauco do Brasil (2015, 90′);
- Em 97 Era Assim (2017, 94′);
- A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro (2018, 90′);
- Grupo de Bagé (2018, 75′);
- Legalidade (2019, 122′);
- Trinta Povos (2020, 78′);
- Hamlet (2022, 87′);
- Arte da Diplomacia (2023, 87′).
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