Um Tira da Pesada 4: Axel Foley (Beverly Hills Cop: Axel F., 2024), dirigido pelo estreante Mark Molloy e lançado pela Netflix, busca reviver a magia do original de 1984, que transformou Eddie Murphy em uma superestrela. No entanto, ao assistir ao filme, é difícil não perceber a ausência de uma inovação a narrativa e uma clara repetição de fórmulas conhecidas.
Murphy retorna ao papel de Axel Foley, agora com 63 anos, e exibe um entusiasmo notável, trazendo de volta sua habilidade cômica que o tornou famoso. O filme introduz Jane Saunders (Taylour Paige), filha de Foley, numa tentativa de dar profundidade emocional ao protagonista, destacando os sacrifícios pessoais da vida policial e o impacto do tempo sobre as relações familiares. Este elemento contradiz o enredo de Um Tira da Pesada III e o piloto de 2013, onde a presença de uma filha não foi mencionada.
Os personagens clássicos como Billy Rosewood (Judge Reinhold) e John Taggart (John Ashton) retornam, agora em novos papéis que os afastam da rotina policial original. O enredo gira em torno de uma nova missão de Foley, que viaja de Michigan a Califórnia para enfrentar um narcotraficante (Kevin Bacon) e salvar sua filha e o amigo sequestrado. Joseph Gordon-Levitt, como o detetive Bobby Abbott, complementa a narrativa com uma atuação sólida, mas que não se sobressai.
Apesar do esforço do diretor Molloy e do roteiro competente de Will Beall, Tom Gormican e Kevin Etten, o filme se limita a ser uma reciclagem da fórmula dos anos 80, com muitos cameos nostálgicos e poucas inovações. A estética digital moderna do filme, embora limpa e reluzente, não consegue capturar completamente o charme dos filmes anteriores, mas mantém um ritmo e verossimilhança que lembram as produções originais.
A trilha sonora, com The Heat Is On de Glenn Frey e Axel F. de Harold Faltermeyer, evoca nostalgia, enquanto as cenas de ação são conduzidas de forma eficaz, embora previsíveis. A inserção de Paige, com sua atuação emotiva, adiciona uma camada de humanidade a Axel, embora sua constante lamentação sobre a infância difícil em Detroit possa parecer excessiva.
Murphy, agora voltado para o streaming, entrega uma performance que equilibra humor e maturidade, evidenciada em projetos anteriores como Meu Nome é Dolemite (2019) e Um Príncipe em Nova York 2 (2021).
Enfim, Um Tira da Pesada 4: Axel Foley é uma tentativa de resgatar a essência de Axel Foley e suas aventuras, mas que peca pela falta de inovação e se sustenta em uma fórmula desgastada. É um filme que entretém, mas não impressiona, servindo mais como um alívio nostálgico para os fãs da série original do que como um capítulo significativo na saga de Beverly Hills Cop.
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