O Destino de uma Nação de Joe Wright
O exemplar britânico da lista. Só que diferente dos anos anteriores, esqueça a escolha como classicista, o filme é é um retrato histórico sim, mas num recorte em que mimetiza o político dentro do homem. Talvez o que tem menos chance, mas não necessariamente um a indicação qualquer.
The Post – A Guerra Secreta, de Steven Spielberg
Num ano de filmes que trazem em si a urgência da atualidade, Spielberg corrobora o passado para reforçar o quanto a dimensão do ofício jornalístico pode ser latente para uma sociedade, sobretudo a norte americana. Ainda que deixe escapar alguma de suas cafonices, o diretor consegue ser contundente e com resultados bem relevantes.
Trama Fantasma, de Paul Thomas Anderson
Diretor de forte identidade, Paul depura o que se entende de sensibilidade para falar sobre intimidade entre estranhos. E com uma precisão e domínio estético tão meticulosos que sua perfeição as vezes parece imperfeita. Esse estranhamento é bom. Esse estranhamento é Paul Thomas Anderson.
A Forma da Água, de Guillermo Del Toro
Guillermo leva sua fixação por monstros ao paroxismos da fábula social. E seu filme é realmente muito bonito. Ainda que exista seja superestimado num olhar mais distanciado, a forma como injeta fabulação em seus discursos, é bem sucedida e mais ainda, bem envernizada.
Lady Bird – A Hora de Voar, de Greta Gerwig
Existe muita discussão sobre a relevância de um filme tão aparentemente simples, mas o filme de Greta cresce pela identificação que suscita. Todos ja vivemos esse recorte da vida, do olhar, dos sentimentos. Todos já vivemos até seus clichês. Fazer o espectador chegar a essa conclusão íntima é um puta êxito. O filme faz.
Corra!, de Jordan Peele
“Corra!’ é revolucionário. É aquele tipo de cinema que equilibra a reflexão através do entretenimento. E com a propriedade de Peele de saber denotar a incômoda linha tênue do não dito cotidiano. Mas sempre deixando claro que é cinema, antes de ser panfleto. Merece toda a repercussão que vem carregando há quase um ano.
Dunkirk, de Christopher Nolan
Nola faz cinema para ser visto no cinema, respeitando seu DNA de cinema. O impacto que ele causa, sobretudo pela imersão técnica que o sustenta, é brilhante. A dimensão sonora, a abrangência imagética e a lucidez dramatúrgica, inteligentemente simples, resultam próximo da perfeição.
Me Chame Pelo Seu Nome, de Luca Guadagnino
Tem filme que se constrói e existe todo dentro de sensibilidades. O trabalho do diretor aqui é deixar que esse sentimento mova a narrativa. Mova e nos envolva. É um filme demasiadamente humano. E com uma das cenas mais eloquentes que o cinema já mostrou, e com muito pouco: uma fala confessional de um pai para seu filho. Sensibilidade. Por isso carregamos o filme dentro da gente.
Três Anúncios para um Crime, de Martin McDonagh
Excepcional comentário social e emocional de um microcosmo norte-americano. McDonagh possui uma ironia fina que alimenta a linha tênue entre o absurdo e a identificação. Por isso o filme é tão forte. E tão bom. Todos estão lutando contra seus abismos pessoais, e isso acaba interferindo o outro. O filme é sobre isso. E não tem como sairmos indiferente dele.