Acabei de sair do cinema e, querendo aproveitar que tudo está muito vívido na cabeça, quis deixar registrada minha opinião sobre Alice no País das Maravilhas de Tim Burton. O filme é peculiar, não chega a ser o melhor filme do ano mas consegue salvar pela originalidade do diretor em recriar um mundo já visitado pela Disney mas ao mesmo tempo deixar sua assinatura nele.
Acompanhei quase todas as notícias que saiam sobre o filme, desde a escolha de Mia Wasikowska para o papel de Alice, as primeiras imagens promocionais e confesso que na época fui tomado por uma ansiedade ímpar em pensar no que o País das Maravilhas se tornaria nas mãos de Burton.
O filme trata do retorno de Alice ao País das Maravilhas após descobrir que estava para ser pedida em casamento e fugir da cerimônia, lá reencotramos todos os perosnagens que conhecemos e muitos da segunda aventura da jovem, “Através do espelho e o que Alice encontrou por lá”.
Burton reuniu os elementos dos dois livros e recriou o País das Maravilhas, agora além da Rainha de Copas (Helena Bonham Carter, maravilhosa!) temos a Rainha Branca (Anne Hathaway, deslumbrante) que tenta recuperar a coroa e libertar o País da tirania de sua irmã cabeçuda. Alice retorna justamente como a campeã messias que derrotará o terrível monstro da Rainha.
Mas seria mais apropriado dividir o filme em 3 categorias, a primeira seria dos cenários incríveis! Burton já provou inúmeras vezes que é muito competente em criar mundos mágicos, podendo ir de ambientes sombrios e misteriosos como visto em A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça a mundos coloridos como os de A Fantástica Fábrica de Chocolate, mas sempre mantendo seu traço de forma irrefutável, pois basta olhar para o cenário e somos capazes de dizer se tem o dedo de Burton ali.
A segunda categoria de avaliação são os atores, Johnny Depp e Helena Boham Carter já estão habituados a trabalhar com o diretor e ambos estão a vontade no filme. A Rainha de Copas de Helena é ótima! A atriz conseguiu deixar a personagem um pouco mais humana provando que ela não é tão louca quanto pensam, apenas prefere ser temida do que amada – por causa de desilusões e traições. O Chapeleiro Louco de Depp é um bom personagem mas não supera Jack Sparrow, inclusive o Chapeleiro, por incrível que pareça, parece ser mais são do que até mesmo Alice em alguns momentos. Estava esperando alguém mais insano, louco mesmo. A Alice de Mia é boa, mas esperava alguém com mais presença em cena e Anne Hathaway está deslumbrante como Rainha Branca, ela parece que desliza sobre o chão.
E por último a história, andei lendo algumas críticas sobre o filme e muitos ficaram divididos sobre este, mas alguém já leu os dois livros de Alice? É uma leitura difícil, além de referências filosóficas a história é cheia de referências a matemática, física e ciências sociais, então pegar esses dois livros e transformá-lo em uma continuação é um trabalho árduo.
Parabenizo Burton pela iniciativa e por ter conseguido fazer um filme competente, linear e que soube usar as referências dos livros e do filme animado da Disney para proporcionar aos expectadores duas horas em mundo mágico. Afinal de contas a históra de Alice nada mais é do quem uma história de amadurecimento… e Tim Burton faz você querer cair pela toca do coelho.