Quatro anos se passaram. A coluna Sex and the City se desdobrou em três livros que contam a história de sua autora Carrie Bradshaw e de suas amigas: a doce Charlotte York, a advogada Miranda Hobbes e a exuberante relações-públicas Samantha Jones.
São as páginas do livro Sex and the City que contam a história da série na abertura do filme e nos situam na vida das garotas. Depois de um casamento conturbado e o divórcio que lhe apresentou sua alma-gêmea, Charlotte tem tudo que sempre sonhou. Miranda finalmente deu o braço à torcer, e saiu de Manhattan (até o Brooklyn) para viver sua vida de casada com Steve e o filho Brady. Samantha amava o sexo, mas um homem mudou sua vida e seu endereço. Como agente do namorado Smith Jerrod, ela se divide entre as areis de Malibu e o concreto de Nova York. Carrie, apesar de todos os capítulos em sua vida, queria algo grande. Mr. Big. Mas quando esse grande amor acontece, nem sempre é fácil, até que simplesmente… foi.
Quatro anos depois, Carrie continua amando. Ela e Big estão procurando um apartamento e terminam encontrando o nirvana imobiliário numa cobertura da 5ª avenida que só precisa de um espacinho maior para roupas. Uma coisa leva à outra, e a idéia de morar juntos termina em casamento, mas o conto de fadas entre a fashionista e o milionário termina nos jornais, fazendo da união um grande evento. Enquanto a lista de convidados pula de 75 para 200, Big começa a se questionar se tudo isso é necessário. A dúvida leva ao pior momento da vida de Carrie, quando seu amado não aparece no casamento. Big até se arrepende, mas é tarde demais. Humilhada, Carrie destrói o buquê batendo com ele na cabeça do namorado.
Arrasada, só lhe restam as amigas. É hora das moças se unirem. Elas embarcam no que seria a lua de mel de Carrie, no México, onde aos poucos ela vai saindo da depressão. De volta à Nova York, Carrie contrata uma assistente e volta à vida. Charlotte recebe a melhor notícia de sua vida quando engravida, Samantha se pergunta se seu amor por Smith é maior que seu amor próprio, e Miranda enfrenta uma crise no casamento.
Quando Carrie percebe que o desastre do casamento não foi só culpa de Big, e que ele vinha tentando se comunicar com ela desde então, abandona de vez a lógica. É amor.
Miranda e Steve se acertam, Charlotte tem sua filha e Samantha decide voltar para Nova York e à vida de solteira. Algumas histórias de amor não são grandes romances, e sim contos, mas isso não significa que não sejam de amor.
Uma das críticas mais frequentes ao filme é de que parece um “mega episódio” da série. Talvez seja verdade, já que a idéia foi amarrar algumas das histórias que o episódio final tinha deixado com sabor de quero mais. Mas o filme funciona, e a prova foi o sucesso que culminou na sequência que estréia hoje. Feito para os fãs da série, é acessível como obra individual (embora o segundo filme tenha se saído melhor nesse quesito). O melhor arco é o de Miranda, que com a interpretação precisa de Cynthia Nixon conta uma história madura e muito crível. Carrie é o fio condutor da trama, e voltamos a vê-la em crise, mas suas atitudes são apropriadas a personagem que conhecemos. Não há dúvida que Sarah Jessica Parker entende perfeitamente essa mulher. Kim Catrall é sempre um show à parte, e mesmo com o fim do relacionamento bonito de Samantha e Smith, é interessante ver a personagem voltando à solteirice. É a escolha que ela faria, e o que fica mais evidente nesse filme é esse respeito do diretor e das intérpretes à construção das personagens.
Num filme que segue uma série, onde o público teve anos e anos para conhecer essas mulheres, acho que nada é mais justo.