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Contra o Gelo, traz uma história real sensacional, mas que demora a emplacar

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Em 1909, a Expedição Ártica Dinamarquesa liderada pelo Capitão Ejnar Mikkelsen (Nikolaj Coster-Waldau) tentou desafiar os direitos afirmados pelos Estados Unidos ao nordeste da Groenlândia. Esses direitos foram baseados na premissa de que a Groenlândia foi dividida em duas massas de terra.

Depois de deixar sua tripulação no navio, Mikkelsen parte em uma jornada pelo gelo com o novato Iver Iversen (Joe Cole). Os dois homens conseguem encontrar provas de que a Groenlândia é uma ilha, mas a viagem de volta leva mais tempo do que esperavam e acaba sendo muito mais árdua.

Superada a fome excruciante, a exaustão e um ataque de um urso polar, conseguem chegar ao seu destino, onde descobrem o navio encalhado no gelo e o acampamento deserto. Assim, eles têm que sobreviver na esperança de que alguém os resgate.

À medida que os dias ficam mais longos, sua sanidade começa a ser prejudicada, e a desconfiança e a paranoia aumentam, uma combinação que ameaça sua luta pela sobrevivência. Contra o Gelo é uma história verdadeira sobre amizade, amor e o incrível poder do companheirismo.

Análise

O ator Nikolaj Coster-Waldau é reconhecimento facilmente pelo papel de Jaime Lannister na série épica Game of Thrones. Um papel inesquecível que lhe deu popularidade suficiente para projetos que poderiam nem existir sem sua presença. No caso, Contra o Gelo (Against the Ice) da Netflix,é um desses trabalhos, pois além de protagonizar, Coster-Waldau também produz e escreve o roteiro, baseado numa incrível e sensacional história verídica, adaptada do próprio livro de Ejnar Mikkelsen.

O filme nos conta sobre a incrível aventura real que os exploradores dinamarqueses Ejnar Mikkelsen e Iver Iversen viveram quando se isolaram na Groenlândia, tendo que lutar para sobreviver por mais de dois anos. Como esperado, o diretor Peter Flinth (Arn, o Cavaleiro Templário) procura dar um toque intenso à história tanto para envolver o espectador com a história quanto para estimular nossa empatia com seus protagonistas.

Curiosamente, Contra o Gelo funciona melhor antes de vir à tona, já que os primeiros minutos definem bem a história e seus personagens para o que está por vir. Graças ao fato de que o retoque digital foi evitado ao máximo para a escolha de filmar tudo em ambientes naturais, algo que Flinth sabe aproveitar para dar um toque de realismo ao filme.

No filme, conseguimos sentir verdadeiramente o frio polar. O medo que os paralisa diante do ataque de um enorme urso faminto. A angústia pela perda dos seus cães, seja por acidente ou fome, todos eles. A solidão que se torna cada vez mais insuportável.

A passagem dos dias torna-se mais suportável graças à música. De um velho gramofone danificado, Iversen, mecânico de profissão, consegue fazê-lo funcionar e assim animar as noites longas e frias. Mas… não há um ditado que diz que a música doma as feras?

Desta vez acontece o contrário. A nostalgia produzida por notas musicais inocentes pode ser letal, o que acarreta situações delirantes. Lembrar e sonhar com a mulher que você ama pode confortá-lo no começo, mas você pode enlouquecer por ela. Sentir ciúmes infundados, ter alucinações, delírios que confundem e provocam violência.

“Against the Ice” oferece todas as emoções de um drama de época e a angústia de terror de sobrevivência que podemos querer de um filme com esse título.

Conclusão

Filme entretém, apesar de ser um pouco lento; oferecendo uma abordagem discreta para a história real. O mesmo cenário, frio e branco, pode tornar-se monótono; embora, por outro lado, seja uma boa maneira de transmitir a angústia de seus dois protagonistas. Talvez falte alguma ação, como mais ataques de ursos ou mais incidentes para dar um ritmo mais dinâmico e avassalador. No entanto, se for analisado do ponto de vista de mostrar aquela expedição real, Contra o Gelo torna-se bastante confiável.

Nota: Bom – 3 de 5 estrelas

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Por
Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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