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Criptofraude: documentário da Netflix sobre golpe com criptomoedas chega ao streaming

Análise do documentário sobre um crime real, três homens exploram o mercado de criptomoedas para aplicar golpes em investidores e bancar uma vida de luxo.

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Uma exploração fascinante da ganância, dos perigos do cenário financeiro em rápida evolução e dos desafios que o sistema capitalista enfrenta.

A Netflix traz um novo documentário envolvendo o mercado de criptomoedas. Chamado originalmente de Bitconned, ou Criptofraude. O documentário confere os vigaristas de criptomoedas por trás da empresa fraudulenta Centra Tech. A história deixará muitos espectadores com repulsa pelos resultados desses crimes.

Dirigido por Bryan Storkel, Criptofraude é o tipo de documentário que – graças a uma edição inteligente – conduz os espectadores por um caminho aparentemente simples que não revela sua primeira grande surpresa até que o filme esteja na metade. Para quem não conhece todos os detalhes antes de ver Criptofraude, parecerá uma revelação ultrajante após a outra na segunda metade do filme.

O documentário tem algumas reconstituições, mas a grande maioria da história é contada através de entrevistas concedidas exclusivamente para o documentário.

Criptofraude começa mostrando a pessoa mais polêmica entrevistada para o documentário: Raymond “Ray” Trapani, um dos cofundadores da Centra Tech. Cercado por espelhos, com um termo de grife, mostrando que ele é (como ele mesmo admite) um narcisista sem remorso. Trapani e pessoas que o conhecem dizem repetidamente no documentário que desde criança queria ser um criminoso milionário.

Ele diz na cena de abertura: “Não me importo de ser visto como um criminoso, na verdade. É duro. Eu cometi crimes durante toda a minha vida – fraudes, merdas assim.”

Storkel tece magistralmente entrevistas com os protagonistas, vítimas e investigadores, expondo a intrincada rede de mentiras e enganos que alimentou o sucesso da Centra Tech. Vemos além de Trapani, Sohrab Sharma, o carismático CEO, abrindo caminho em reuniões com celebridades e gigantes financeiros e Robert Farkas, o gênio da tecnologia, conta histórias de parcerias inexistentes e software inovador. O documento captura habilmente o frenesi inebriante da corrida do ouro criptográfico, onde o ceticismo se dissipa diante dos retornos exponenciais prometidos.

Mas, as falhas eventualmente aparecem. Jornalistas investigativos e investidores vigilantes começam a farejar discrepâncias, abrindo buracos na fachada cuidadosamente construída da Centra Tech. O FBI junta-se à festa e a pressão aumenta. Logo, Sharma e seus parceiros estão lutando para encobrir seus rastros, tentando desesperadamente manter o esquema de pirâmide funcionando. Os outrora brilhantes Lamborghinis são substituídos por algemas e celas de prisão, deixando um rasto de investidores desiludidos e sonhos desfeitos.

Criptofraude é atraente, repleto de momentos de cair o queixo que nos mantêm grudado na tela. No entanto, não está isento de falhas. O documento ocasionalmente parece um pouco unilateral, concentrando-se principalmente no lado da história da Centra Tech, com menos tempo dedicado às vozes dos investidores comuns. Além disso, a edição rápida, embora dinâmica, às vezes pode parecer opressora, especialmente para espectadores não familiarizados com as complexidades da criptomoeda.

Apesar de suas pequenas deficiências, Criptofraude continua sendo um documentário oportuno. Serve como um lembrete claro dos perigos da ganância desenfreada e das armadilhas do cenário amplamente desregulamentado das criptomoedas. É um conto de advertência para qualquer pessoa tentada pelo canto da sereia da riqueza rápida, um lembrete de que nem tudo o que brilha na corrida do ouro digital é real. Então, coloque um pouco de pipoca, abra a Netflix e mergulhe nesse documentário. Apenas lembre-se, desta vez, invista em conhecimento, não em Ferraris.

Criptofraude (2024)

Criptofraude (2024)
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Nota: 8.5/10 Excelente
Nota: 8.5/10 Excelente
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Cadorno Teles -

Cearense de Amontada, um apaixonado pelo conhecimento, licenciado em Ciências Biológicas e em Física, Historiador de formação, idealizador da Biblioteca Canto do Piririguá. Membro do NALAP e do Conselho Editorial da Kawo Kabiyesile, mestre de RPG em vários sistemas, ler e assiste de tudo.

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