O ator Dionisio Neto (Carandiru, A dona do pedaço, A Favorita) estreia como protagonista o longa Morte, vida e Sorte, de Alexandre Alencar e no curta DNA de Sara Martins.
Em Morte, vida e sorte, Dionisio vive o rico empresário Luís, que tem um caso amoroso com uma atriz de teatro que quer montar uma peça com a ajuda dele. O longa foi rodado durante a pandemia em uma mansão em Alphaville onde Dionisio se hospedou durante o laboratório de criação da personagem.
– Pedi para o diretor para morar uns dias na mansão, visto que eu precisava me sentir dono dela. Era uma casa muito grande, que tinha uma cachoeira na sala e uma mesa de jantar para vinte e quatro pessoas. Muitas pessoas se sentem oprimidas em um lugar tão suntuoso como o desta locação. Eu precisava me sentir não só em casa, como dono dela. Este filme é um divisor de águas na minha carreira. É a primeira vez que faço papel de rico no audiovisual. Sou um ator mestiço de libanês branco com índio brasileiro. Não sou o padrão europeu nem americano, os agentes americanos me classificam como multiétnico, ambíguo. Sou chamado de ator latino, com muito orgulho. Este é meu diferencial no mercado. Normalmente papéis de rico são destinados para atores brancos. Alexandre Alencar me ajudou a quebrar este paradigma retrógrado que existe no audiovisual mundial. Como me disse José Celso Martinez Corrêa, eu posso fazer qualquer papel.
O longa em preto e branco estreará em breve em festivais nacionais e internacionais.
Em DNA, de Sara Martins, Dionisio vive um pobre desempregado envolvido em um caso perigoso de agiotagem. Filmado em Embu-Guaçú, o ator contracena com André Ramiro (Tropa de Elite) e Gustavo Engracia (Cidade de Deus).
– Também pedi para a diretora para que eu ficasse na locação, desta vez o oposto da do longa. Uma casa simples, no meio do mato. O laboratório é essencial para viver as personagens e não cair na representação. Neste curta, a diretora conseguiu um feito inédito no cinema nacional – reuniu atores de Carandiru, Tropa de Elite e Cidade de Deus, clássicos internacionais brasileiros.
O curta também estreará em breve em festivais.
Dionisio Neto estava afastado da tv aberta desde 2019, quando viveu o justiceiro Hélcio Ramirez em A dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco dirigido por Amora Mautner. Agora ele voltará ao ar em A Favorita, de João Emanuel Carneiro dirigida por Ricardo Waddington vivendo o guerrilheiro Tito, par romântico de Diva (Giulia Gam), em exibição no Vale a pena ver de novo na Tv Globo.
– Esta novela foi meu primeiro papel na tv aberta. Eu tinha feito alguns testes para novelas na Globo e não tinha passado e todos os papéis que vivi na emissora foram convites. Em A favorita era para eu ficar apenas dois capítulos, em um outro papel, mas o Ricardo me convidou para viver um papel maior, e assim eu entrei na novela no auge dela. O personagem fez muito sucesso. Nos capítulos finais dele eu simplesmente não podia sair na rua sem ser seguido por muitas pessoas que me seguiam com celulares apontados para mim. Eu era escoltado por seguranças no aeroporto para ir gravar. Vivi meus dias de pop star da tv com o Tito. Eu não tive nenhuma preparação para viver o papel, não sabia do que se tratava. Cheguei e simplesmente vivi as cenas. Tive a sorte de contracenar diretamente com a Giulia Gam, que vem da mesma escola de atuação que eu – o CPT (Centro de Pesquisas Teatrais) do saudoso Antunes Filho. Falamos a mesma linguagem e tivemos uma química espetacular em cena.
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