A sexta-feira (21 de junho) foi um dia especial para os fãs dos Rolling Stones. A banda voltou aos palcos após os problemas de saúde de Mick Jagger e o documentário sobre o baixista original da banda, Bill Wyman, estreou nos cinemas (lá fora).
“The Quiet One” é a oportunidade perfeita para o calmo Wyman abrir a boca sobre sua trajetória dentro e fora da banda. Wyman é, guardada as devidas proporções, o equivalente, em termos de personalidade, ao que George Harrison era para os Beatles: aquele que sempre gostou de privacidade e discrição.
Porém, ao contrário de Harrison, que parecia não gostar da fama ou de fazer parte de uma banda famosa, Wyman era quem preservava a memória da banda. Ele filmava tudo e catalogava quase tudo sobre os Stones. Um arquivo ambulante.
Cozinha azeitada
Junto com Charlie Watts, Bill protagonizou uma das cozinhas (baixo e bateria) mais famosas e competentes do rock. Eles forjaram o som que se tornou a marca registrada dos Stones durante décadas.
Aos 82 anos, Wyman conta que a fama de ser o Stone calado veio por uma razão simples.
— Nas entrevistas ninguém nunca me perguntava nada. Sempre queriam que Mick, Brian ou Keith falassem. Eu e Charlie nunca éramos questionados sobre nada. Então, virei o Quiet One — explicou o músico à revista Variety.
Wyman se aposenta da estrada
Bem mais velho que os companheiros de banda — já tinha um filho de oito meses ao entrar para a banda — Wyman sempre teve diversos interesses (fotografia, arqueologia e astrologia, entre outras coisas) e ser um rock star acabou sendo apenas um detalhe.
Tanto que Wyman decidiu largar a estrada (e os Stones) em 1992. Desde então vem gravando discos e fazendo shows esporádicos com sua nova banda, a Bill Wyman’s Rhythm Kings. Infelizmente, problemas com a próstata fizeram Bill parar de vez com as turnês.
Ele também é dono do restaurante Sticky Fingers, em Londres, onde estão expostos vários itens de memorabilia dos Stones.
Depoimentos que comprovam a importância de Wyman
O documentário, dirigido por Oliver Murray, tem uma série de depoimentos que comprovam a importância de Bill Wyman no cenário do rock. Além dos outros Stones, há declarações de nomes como Eric Clapton e Bob Geldof.
Mas o mais interessante seja o pouco que Wyman aparece em cena (nos dias de hoje). A maior parte do filme tem ele narrando os acontecimentos enquanto vemos cenas antigas filmadas por ele.
Nada de Brasil
O filme, que vem recebendo ótimas críticas, ainda não tem data para será exibido no Brasil (se é que entrará em circuito algum dia). Por enquanto, o que os fãs brasileiros podem esperar é que o documentário seja logo lançado em blu-ray ou entre na programação de algum serviço de streaming.
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