‘Falta dinheiro para termos mais bons filmes de ação no Brasil’, diz Fernando Meirelles

Cena do filme Corrida dos Bichos. Crédito: divulgação.

O cineasta Fernando Meirelles, conhecido mundialmente por seu trabalho em “Cidade de Deus” e “O Jardineiro Fiel”, recentemente levantou uma questão crucial para o cinema brasileiro: a falta de financiamento adequado para a produção de filmes de ação de alta qualidade no país.

Meirelles destacou que, embora o Brasil tenha talento e histórias ricas para contar, a escassez de recursos financeiros impede a realização de produções que possam competir em pé de igualdade com os grandes blockbusters internacionais. “Temos roteiros incríveis e diretores talentosos, mas sem o apoio financeiro necessário, é difícil transformar essas ideias em filmes que possam atrair grandes audiências”, afirmou o diretor.

A produção de filmes de ação exige investimentos significativos em efeitos especiais, cenas de ação complexas e tecnologia de ponta. No entanto, o cenário econômico atual do Brasil, aliado a cortes em incentivos culturais e mudanças na Lei Rouanet, tem dificultado ainda mais o acesso a esses recursos. “Os incentivos são essenciais para que possamos competir no mercado global. Sem eles, ficamos limitados a produções menores e menos ambiciosas”, explicou Meirelles.

Apesar das dificuldades, o Brasil já produziu filmes de ação que ganharam destaque internacional, como “Tropa de Elite” e o próprio “Cidade de Deus”. Recentemente, Meirelles se aventurou no gênero de ação com o filme “Corrida dos Bichos”, uma distopia futurista que explora um Rio de Janeiro transformado em um campo de batalha mortal. “Foi um desafio enorme, mas também uma prova de que podemos fazer filmes de ação de qualidade aqui no Brasil. Precisamos de mais projetos como esse para mostrar nosso potencial”, disse o diretor.

Para que o cinema de ação brasileiro possa florescer, Meirelles acredita que é necessário um esforço conjunto entre o governo, a iniciativa privada e a comunidade cinematográfica. “Precisamos de políticas públicas que incentivem a produção cultural e de empresas que vejam o valor em investir no nosso cinema. Só assim poderemos criar um ambiente onde os filmes de ação possam prosperar”, concluiu.

Com informações via UOL

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