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Festival do Rio: O Favorito é apenas um episódio fraco de West Wing

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Um dos grandes problemas de filmes sobre política e seus bastidores, é conseguir um equilíbrio e sentindo em meio aos diversos personagens que aparecem em tela durante seu tempo de projeção. Em O Favorito de Jason Reitman, isso decorre por um escolha de não saberem priorizar o personagem principal e seus assessores mais próximos ou mostrar a história a partir dos olhares dos personagens dos membros do comitê de campanha do candidato, algo que era feito por Arron Sorkin num dos maiores produtos do audiovisual do tema que era The West Wing.
Na trama, Hugh Jackman é o Senador do Colorado Gary Hart, que nas primárias do Partido Democrata em 1988 era o favorito disparado para a disputa da presidência dos EUA contra o candidato Republicano George Bush Sênior. Só que sua campanha desaba faltando 3 semanas para as eleições devido a um escândalo na sua vida pessoal.

O filme começa em um clima de West Wing, mostrando vários membros da equipe de campanha liderados por J.K.Simmons (que sempre tem presença forte na tela quando aparece) e somos mostrados a outros diversos membros que acabam desaparecendo ao longo da história, por não terem lugar ou arco definido e acabamos pouco nos importando com eles, que seria importante em uma das cenas finais do filme e assim o filme nesse aspecto vira um episódio de West Wing fraco. Quando parte para o núcleo próximo do candidato, a película ganha força em cenas que Jackman é confrontado por Simmons, e principalmente nos momentos após o escândalo quando se confronta com sua esposa Lee Hart, vivida por Vera Farmiga, aonde não apenas os diálogos em si, mas a forma de olhar dela eleva o nível da cena, tornando-a bem dramática e poderosa.
A atuação de Hugh Jackman é contida quase o tempo todo, quando nos é mostrado um líder sério, que tem as melhores intenções políticas possíveis (sem ser partidarista, apenas pensando em um bem maior) e que não liga para os pequenos detalhes de um campanha, como em um momento lhe pedem 2 horas dele para uma sessão de fotos da capa da Revista Time e ele argumenta que é uma perda de tempo em relação a seriedade do trabalho dele. Quando ele cai em desgraça vemos a sua mudança de postura de confiança para alguém que não consegue responder a certas questões simples em entrevistas coletivas.

Avaliação: 3,5 / 5

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