Filmes inspirados em franquias dos videogames ou inspirados da temática dos jogos eletrônicos são bastante comuns. Mas dessa vez, chega uma produção com uma proposta bastante diferente e interessante dentro da seara dos games. Trata-se do tão adiado “Free Guy: Assumindo o Controle”, que de tão postergado pela pandemia muita gente deve ter se esquecido dele. Mas merece a sua atenção.
Um pacato bancário (Ryan Reynolds) chamado Guy (que em inglês tanto pode ser nome próprio como um termo para “rapaz”) descobre que o mundo em que vive é, na verdade, um jogo de videogame online, e ele é um NPC (personagem não jogável). Junto com uma jogadora chamada Molotov Girl (Jodie Comer), ele terá que impedir o criador do jogo (um impagável Taika Waititi) de destruí-lo.
Revestido de uma comédia de fantasia despretensiosa, “Free Guy” aproveita o tom leve para abordar questões existenciais. A forma como a trama aborda a confusão causada em Guy ao descobrir sua verdadeira natureza é bastante acertada. E a composição do protagonista por um inspirado Ryan Reynolds é um trunfo.
Os fãs de games irão pescar várias piadas e referências ao mundo dos jogos, sobretudo os multiplayers. O filme é bastante feliz em brincar com o mundo geek gamer. A direção marota de Shawn Levy (da franquia “Uma Noite no Museu”) cria um cenário lúdico que torna a compreensão fácil mesmo para quem não é tão familiarizado com videogames.
O roteirista Zack Penn tem a chance de mais uma vez trabalhar com o mundo virtual, como fez em “Jogador Nº 1”. Ao lado de Matt Lieberman (Crônicas de Natal), ele cria um misto de “Tron: Uma Odisseia Eletrônica”, “O Show de Truman” e ainda com uma pitada de comédia romântica.
Os problemas que podem ser apontados em “Free Guy” são a previsibilidade de várias situações e algumas fragilidades na narrativa, mas esse defeito é comum em um sem número de filmes sessão da tarde que amamos e cultuamos. É sim uma deliciosa bobagem que parece ter um longo prazo de validade.
Nota: Ótimo – 3.5 de 5 estrelas
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