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"Godzilla" é tão grandiloquente quanto seus irritantes clichês

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Hollywood criou seu próprio paradigma de cinema catástrofe pelas mãos de diretores – como o alemão Roland Emmerich – com seus filmes (invariavelmente ruins) grandiloquentes, barulhentos e um tanto esquemáticos, mas que preservavam algum fiapo de humor equilibrando bem a histeria incrédula de tudo. A nova versão de Godzilla” (idem, EUA/Japão, 2014), dessa vez dirigido por Gareth Edwards (que fez um bom filme de estreia, Monstro”), mantém a “tradição” de ser uma superprodução ruim de monstrengos que arrasam cidades americanas. Com o suplício de ainda se levar a sério demais.

A trama começa dramática: após perder sua esposa devido à um acidente causado pela referida atividade, o físico Joe Brody sai incessantemente à procura da verdade, e acaba descobrindo que tudo foi causado pela descoberta de um estranho e gigantesco organismo. É então que entra em cena seu filho, um tenente do esquadrão anti-bombas do exército americano , que precisará suar para sobreviver ao gigantesco rastro de destruição causado pelo indescritível ser, assim que ele desperta.

Godzilla-2014

O longa até começa bem com um prólogo em potência narrativa de fortes consequências dramáticas. Não a toa que é nesse momento que estão os ótimos atores Juliette Binoche e Bryan Cranston (num desperdício de escalação histórico).
Daí para frente o roteiro vai se esgueirando entre os clichês “em busca da família” tão previsíveis nesse tipo de filme e a busca constante pela construção de um tensão a cerca do aparecimento do protagonista bichano. Nas duas tentativas o resultado é uma irritante reiteração do que já se esperava: o casal bonitinho vivido por Taylor-Jonhson e Elizabeth Olsen não estabelecem relação dramática com o espectador e a “presença” do monstro é banalizada por um duelo entre um casal de criaturas medonhas. E, piorando tudo, o diretor tentou imprimir uma urgência narrativa que torna a trama burocrática e, ainda que conte com uma fotografia correta e trilha interessante, acaba por subestimar mais do que nossa inteligência, mas nossa disposição de apenas nos entreter.

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