E a Marvel segue seu “plano” de dominar o mundo. Pelo menos do cinemão norte americano. A franquia Iron Man é (até mais que o escalafobético Os Vingadores) o grande responsável disso. Impressiona o apelo que o super-herói tem nas massas globais, sempre com bilheterias acachapantes. Porém, se X-Men abriu as porteiras dos filmes baseados em Hqs para o mercado contemporâneo, com propriedade artística exemplar (logo ganhando novos níveis com a argamassa precisa de Christopher Nolan e seus Batman(s), via DC Comics), Homem de Ferro continua nada fazendo pelo gênero, apenas apostando em velhas fórmulas de ser um simples filme de super-herói.
Tony Stark (Robert Downey Jr.) não está nos melhores dias. Ele sofre de síndrome de ansiedade e insônia. O relacionamento dele com Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) passa por um período turbulento, já que Tony fica horas trabalhando. E ainda, agora tem que lidar com o terrorista Mandarim (Ben Kingsley), que ameaça os Estados Unidos com ameaças catastróficas. Daí o roteiro pula para o passado: Aldrich Killian (Guy Pearce), um gênio da ciência que descobre uma maneira de alterar o DNA humano, tenta estabelecer algum contato com Stark. Ele estava interessado em uma parceria com as indústrias Stark, mas isso lhe foi negado. A justificativa de Potts é que tal tecnologia poderia ser usada para fomentar as guerras e a destruição. Esses dois pontos, o pessoal com o passado, irão dar a tônica da trama, com viradas e solavancos dramáticos.
Dizer que Homem de Ferro 3 é o melhor da trilogia nem é algo assim tão extraordinário, uma vez que os dois primeiros longas sempre foram meros veículos ao extremo carisma de Downey Jr. Shane Black, que já havia dirigido o ator em Beijos e Tiros, assume o lugar deixado por Jon Favreu, aqui atuando como ator numa personagem até engraçadinho. E orquestra cenas de ação impressionantes (as aéreas são incríveis) e sabe lidar bem com a persona de seu protagonista.
Mas o roteiro, que se pretende humanizar (ainda mais nesse terceiro filme) o homem e sua relação de poder com a máquina, se limita a ficar na forma (e no barulho!), deixando incoerências visíveis (a personagem de Rebecca Hall é dramaticamente interessante, mas se perde em meio trama rocambolesca) e tornando a narrativa um tanto emperrada. Há de se considerar que o filme engrena da metade para o fim (embora seu clímax seja forçado), entretanto, a franquia continua descaradamente dependente da figura “stand up” de seu protagonista, restringindo sua dimensão no gênero. Ou seja, o ótimo trailer é bem melhor que o filme.
[xrr rating=2/5]
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